Novo Bispo do Funchal

Cerimónia da tomada de posse marcada pela «passagem de testemunho» D. António Carrilho tomou posse este sábado como Bispo do Funchal, na Sé local, assegurando que é tempo de “olhar em frente, discernindo os sinais e exigências do tempo presente”. Num momento de sucessão, indicou, “continuidade” e “novidade” são “dois princípios que decorrem da comunhão entre as pessoas e da fidelidade à missão comum”. Na sua primeira homilia como Bispo do Funchal, este responsável indicou que “a realidade social do nosso tempo, nomeadamente a madeirense, é caracterizada por profundas transformações que apontam, à partida, para algumas necessidades e linhas gerais de acção pastoral”. D. António Carrilho afirmou estar consciente de que “neste tempo de mudança, existe uma certa expectativa e desejo de novos projectos, de novas respostas, de novo dinamismo” na Igreja. “O importante é descobrir novas formas de presença de Jesus”, defendeu, em locais como “o sorriso das crianças ou o olhar dorido dos enfermos,o sonho dos jovens ou o cansaço dos idosos,a alegria dos que lutam por um ideal na vida familiar e profissional ou a desesperança dos que sofrem tantas fomes e sedes neste nosso mundo, por vezes tão desfigurado”. Neste contexto, lembrou que “os valores humanos e evangélicos marcaram e continuam a marcar a vida do povo madeirense”. Para o prelado, “ser esta presença de Igreja no Mundo é fundamental e compete, de modo muito particular aos leigos, individualmente ou em Associações e Movimentos organizados, numa grande variedade de carismas e complementaridade de serviços”. D. António Carrilho defendeu ser necessário intensificar a evangelização e a catequese (em linguagem clara, acessível e interpelativa), proporcionar aos jovens a descoberta, o conhecimento e o seguimento de Cristo e apoiar os casais na vivência ideal do matrimónio cristão e no testemunho convincente de famílias felizes. O Bispo do Funchal destacou ainda as “tradições e expressões de fé e religiosidade, que tantos apreciam e admiram”, frisando que “no novo contexto social e cultural, marcado pelo turismo e por um notável desenvolvimento, impõe-se agora um aprofundamento da fé”. Passagem de testemunho A cerimónia foi precedida por uma procissão pelas ruas do Funchal, no fim da qual foi lida na Sé local a carta de Bento XVI que nomeou o novo Bispo do Funchal. Na missiva, o Papa sublinha os “comprovados dotes da mente e do coração” e a “competência pastoral” de D. António Carrilho. O final da leitura desta carta apostólica foi sublinhado por uma salva de palmas por parte da assembleia, que enchia a Catedral, e pelos gestos simbólicos da entrega do báculo e pelo abraço de D. Teodoro de Faria ao novo Bispo, simbolizando assim a comunhão na sucessão apostólica. O Bispo emérito do Funchal fez questão de sublinhar que “apenas dois” dos 32 Bispos da Diocese foram madeirenses e que D. António Carrilho é o primeiro algarvio a ocupar esta sede. Alertando para os “efeitos da secularização e indiferentismo”, D. Teodoro agradeceu ao Papa por ter nomeado como seu sucessor “um Bispo com experiência pastoral” e com capacidade para “acolher a novidade” do tempo presente. “Os cristãos desta diocese estão preparados para vos receber como seu Bispo”, assegurou, apesar de assinalar que há “segredos escondidos” que é preciso desvelar para se chegar ao conhecimento do povo que lhe foi confiado. “Que Jesus vos abençoe, proteja, defenda dos inimigos e conceda longo e frutuoso ministério episcopal nesta Diocese”, desejou D. Teodoro de Faria, lembrando que a Madeira “se gloria de ter levado a mensagem cristã a todos os Continentes”. Ambos lembraram a visita de João Paulo II à Ilha, em 2 de Maio de 1991, precisamente a Solenidade da Ascensão do Senhor que se celebra este Domingo. Tanto D. António Carrilho como D. Teodoro de Faria sublinharam o facto de na cerimónia de hoje serem retomando alguns cânticos que acompanharam o Papa polaco. O novo Bispo do Funchal utilizou o mesmo paramento que o Papa então usou. Sobre o seu antecessor, D. António Carrilho disse que “a formação e o apostolado de D. Teodoro fazem dele um dos Bispos marcantes da Diocese do Funchal”. Homilia do Bispo do Funchal Valores humanos e evangélicos marcam a vida do povo madeirense

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