Os Bispos presentes na V Conferência Geral do Episcopal Latino-Americano e Caribenho (V CG) viveram ontem o primeiro dia de trabalhos sem Bento XVI e vieram a público desmentir que o discurso inaugural do Papa seja uma “camisa de forças” para os participantes no evento, que se prolonga até 31 de Maio. “As palavras do Papa sempre foram momentos importantes nestas assembleias, mas não acredito que Bento XVI nos tenha vindo meter numa camisa de forças”, disse o Arcebispo venezuelano Baltazar Porras, em conferência de imprensa. Para este responsável, as palavras do Papa (ver notícia relacionada) foram um convite à reflexão “com grande sentido de maturidade e de fraternidade”. Da leitura do discurso fica claro “o desejo do Santo Padre para que, no nosso continente, se gere um desenvolvimento harmónico que, em conjunção com a fé católica, procure o direito a uma vida plena na América Latina”. Já o novo presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), D. Gerardo Lyrio Rocha, assinalou que “o Papa reafirmou de forma enérgica e veemente certos princípios que a Igreja sempre defendeu”. A Conferência, apenas a quinta em mais de meio século, já não se realizava há 15 anos e procura definir prioridades pastorais e missionárias para a América Latina. O Cardeal Francisco Javier Errazuriz Ossa, Arcebispo de Santiago do Chile e Presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), destacou o processo que levou a esta V CG, com “as valiosas contribuições das Conferências Episcopais e instituições católicas e de diversas reuniões no âmbito do CELAM sobre o tema do discipulado e a missão”. Na Eucaristia deste primeiro dia, o Cardeal Giovanni Battista Re, Prefeito da Congregação para os Bispos e Presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina, afirmou que “Deus não quer actuar nas almas e no mundo sem a nossa cooperação”. Notícias relacionadas Discurso do Papa na sessão inaugural da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano Bento XVI inaugura conferência histórica