Francisco deixa mensagem em vigília ecuménica de Pentecostes, evocando vítimas da pandemia, da violência e da fome
Cidade do Vaticano, 04 jun 2022 (Ecclesia) – O Papa denunciou hoje a “guerra entre cristãos” na Ucrânia, numa mensagem em que evocou ainda as milhões de vítimas da pandemia, da violência e da fome.
“Em muitas partes do mundo, a fome obrigou povos inteiros ao exílio; e a guerra, guerra entre irmãos, guerra entre cristãos, como acontece, neste momento, com a invasão da Ucrânia”, referiu, numa intervenção online durante a vigília de oração ecuménica, organizada pelo Serviço Internacional para Renovação Carismática Católica (Charis) e pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos.
Francisco falou de uma realidade mundial “marcada pela doença, pela pandemia, que causou a morte de milhões de pessoas no mundo, e, com ela, a dor, o sofrimento, a ausência”.
“Os chefes de Estado trabalharão ou não pela paz, e serão julgados pela história. Cabe a cada um de nós difundir o amor e superar o ódio, com as nossas ações diárias. Os nossos filhos aprenderão a vivê-lo, os nossos netos aprenderão com eles e, assim, faremos alguma coisa para mudar o mundo”, afirmou.
Além da guerra na Ucrânia, a intervenção evocou o conflito no Iémen, o “martírio do povo Rohingya” e a “situação no Líbano, entre outras tantas guerras”.
“Diante deste mundo dilacerado e temeroso de um futuro incerto, desponta, nesta noite, a presença luminosa do Espírito Santo, que nos dá forças, nos dá coragem e determinação para trabalhar, incansavelmente, pela paz, que só Ele pode dar”, referiu, na celebração vespertina da solenidade que encerra o tempo pascal no calendário litúrgico da Igreja Católica.
O Papa sustentou que a paz “começa nas famílias, nas relações interpessoais, inter-raciais, nas relações entre cristãos e entre membros de outras religiões”.
“Sozinho não é possível, mas com o Espírito Santo, sim. O ódio parece dominar o mundo de hoje, porém, há uma força mais poderosa que o ódio: a força do amor”, declarou, numa mensagem divulgada pelo Vaticano e enviada à Agência ECCLESIA.
50 dias depois da Páscoa, Francisco apontou à celebração do Pentecostes como um momento de pedir e oferecer perdão, abrindo caminho à “cultura da paz”.
A celebração teve transmissão ao vivo e passou por três países: Burquina Faso, Austrália e Líbano.
OC
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