Lisboa, 06 mai 2022 (Ecclesia) – A Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) informou que pelo menos dez sacerdotes da chamada ‘Igreja Clandestina’ foram presos na China, desde o início de 2022, mais precisamente na província de Baoding.
Na informação enviada hoje à Agência ECCLESIA, a AIS precisa, citando a ‘Asia News’ que quatro destes sacerdotes “foram presos entre 29 e 30 de abril, levantando temores de mais prisões entre os membros do clero”,.
“A comunidade católica de Baoding pede orações por eles”, também procura informações sobre os presbíteros presos e “temem” pela sua vida, porque noutros casos os “padres e bispos sequestrados foram encontrados mortos ou em estado grave”.
A ‘Asia News’, agência do Instituto Pontifício das Missões Estrangeiras (PIME), recorda que a comunidade católica de Baoding é das mais antigas da China, o seu bispo D. Su Zhimin “está nas mãos da polícia há pelo menos 25 anos, depois de ter passado mais de 40 anos de trabalhos forçados sob [o governo de] Mao Zedong”.
A Fundação AIS, no seu mais recente relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, de abril de 2021, confirma o desaparecimento deste bispo que “não é visto desde 2003”.
“Os Cristãos, tanto católicos como protestantes, não foram poupados, enfrentando graves violações da liberdade religiosa. Milhares de cruzes foram destruídas, muitas igrejas demolidas ou fechadas e o clero cristão foi preso. Em novembro de 2019, 500 líderes de igrejas domésticas assinaram uma declaração a afirmar que ‘as autoridades removeram cruzes de edifícios, forçaram as igrejas a pendurar a bandeira chinesa e a cantar canções patrióticas e impediram os menores de participarem’”, lê-se no documento que alerta para vários incidentes entre 2018 e 2020, o período em análise no último relatório.
A Fundação AIS alertou, em janeiro deste ano, que as atividades religiosas online, a transmissão de Missas, sermões ou divulgação de informações, iam ficar sujeitas a uma aprovação prévia das autoridades governamentais, a partir de 1 de março.
Em 2018, a Santa Sé e a República Popular da China assinaram um Acordo Provisório sobre a nomeação de bispos, que foi renovado por dois anos a 22 de outubro de 2020.
As relações diplomáticas entre a China e a Santa Sé terminaram em 1951, após a expulsão de todos os missionários estrangeiros e os católicos chineses dividiram-se entre a Associação Católica Patriótica Chinesa, aprovada por Pequim, e a chamada ‘Igreja clandestina’, “fiel ao Vaticano”.
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