Semana Santa: É necessário «não deixar os ucranianos sozinhos a morrer por nós, suportando sem ajuda a sua cruz»

Celebrações na Paróquia de Tavira têm a participação da comunidade ucraniana

Foto: Paróquia de Tavira

Tavira, 11 abr 2022 (Ecclesia) – O pároco de Tavira, na Diocese do Algarve, afirmou este domingo, na “monumental procissão” dedicada aos últimos passos da vida de Cristo, que não podem deixar os ucranianos “sozinhos a morrer, suportando sem ajuda a sua cruz”.

“Se todos nos unirmos em defesa das nossas vidas, na defesa de tantas anónimas vidas terminadas, estragadas, revoltadas pela guerra, talvez consigamos alguma coisa por todos”, disse o padre Miguel Neto.

Na nota enviada hoje à Agência ECCLESIA, pela paróquia de Tavira, o sacerdote apontou para a necessidade de unidade na defesa da paz, que é um bem de todos e para fazerem melhor do que os discípulos, que deixaram Jesus sozinho na cruz.

“Podemos fazer melhor do que os discípulos: não deixar os ucranianos sozinhos a morrer por nós, suportando sem ajuda a sua cruz”, afirmou o pároco de Tavira.

Segundo o padre Miguel Neto, os ucranianos já estão a proteger a terra “onde podem mostrar a sua identidade e organizar a sua vida, sem fazer mal a nenhum outro povo”.

Neste contexto, assinalou que se defendem “da loucura de um homem”: “Que nos odeia, que odeia a nossa vida pequena e desconhecida, mas de paz e de trabalho, feito para existirmos, para vivermos”.

Na Paróquia de Tavira as celebrações da Semana Santa 2022 têm o “envolvimento” da comunidade ucraniana algarvia, e, neste domingo, os ucranianos que residem nesta comunidade levaram o andor da “condenação de Jesus à morte”, na procissão pelas ruas da cidade.

Foto: Paróquia de Tavira

Os jovens da paróquia também se associaram a esta manifestação pública da fé e transportaram uma faixa onde estava escrito “rezando com a Ucrânia”, em vários idiomas.

Segundo o comunicado, toda a Semana Santa em Tavira tem a marca da solidariedade, na Via-Sacra desta quarta-feira, 13 de abril, na reflexão sobre “como amar o irmão e como estar perto dele no sofrimento”, pelas 21h00.

Na Sexta-Feira Santa, dia 15, a comunidade ucraniana vai participar na Procissão do Senhor Morto, com a presença do padre Oleg Trushko, assistente da comunidade ucraniana Grego-Católica no Algarve, a partir da mesma hora (21h00).

As celebrações terminam com a Procissão da Ressurreição, no centro de Tavira, no Domingo de Páscoa, a 17 de abril, às 10h00, a partir da igreja de São Paulo.

“Vamos rezar pelas cidades mártires da Ucrânia, como Mariupol, pelas pessoas que nada têm, pelos que estão doentes e pelos que morreram, para que Cristo lhes garanta a ressurreição, que se celebra no dia de Páscoa”, adiantou o padre Miguel Neto.

“Convidamos, veementemente, a que se juntem a nós! Neste tempo, mais do que nunca, precisamos que se sinta que não desejamos a guerra, que estamos empenhados na construção de uma mundo onde a paz seja real, por isso todos aqueles que desejarem a participar nestes momentos especiais que vamos viver são muito bem-vindos e peço para trazerem algo consigo – uma fita, uma roupa, o que quiserem – que tenha as cores da Ucrânia”, desenvolveu o pároco de Tavira.

Para o padre Miguel Neto, este é um momento para mostrarem, “verdadeiramente, que a humanidade é uma só” e que são todos irmãos.

As celebrações da Semana Santa nesta região da Diocese do Algarve são organizadas em parceria pela Paróquia de Tavira, Santa Casa da Misericórdia de Tavira e Irmandade do Carmo, de Tavira, e têm o apoio do município local.

CB/PR

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Agência ECCLESIA

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