Todavia devem ser avaliadas as “consequências”, que incluem as relações com a Igreja Ortodoxa Russa,
Cidade do Vaticano, 08 Abr 2022 (Ecclesia) – O cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado da Santa Sé, confirma a possibilidade de uma viagem do Papa Francisco a Kiev, capital da Ucrânia.
“Deve haver condições, o que parece ocorrer, porque do lado ucraniano sempre nos foram dadas amplas garantias de que não haveria perigos e são feitas referências a viagens feitas por outros líderes ao país”, disse aos jornalistas o cardeal Pietro Parolin, lê-se no site VaticanNews.
“Acredito que possa ser feita uma viagem a Kiev, não é proibitiva”, afirmou o cardeal, todavia devem ser avaliadas as “consequências”, que incluem as relações com a Igreja Ortodoxa Russa, uma situação que Pietro Parolin considera “delicada”.
“É uma questão de ver as consequências desta viagem, avaliando se pode realmente contribuir para acabar com a guerra”, proferiu
No diálogo com os jornalistas, o secretário de Estado da Santa Sé pediu também para se evitar a “escalada da violência na Ucrânia” e lançou “um apelo à paz” naquele país do leste europeu.
Em relação à possibilidade de uma “NATO global”, o cardeal Pietro Parolin realça que “a resposta armada, na mesma proporção da agressão, como ensina o Catecismo da Igreja Católica, pode levar a um alargamento do conflito com consequências desastrosas e mortais”.
A esperança passa pelo “caminho da negociação para concluir esta aventura sem retorno”.
Ao visualizar as imagens das atrocidades ocorridas em Bucha, uma cidade a cerca de 60 quilómetros de Kiev, o cardeal Parolin descreveu-as como “um massacre”
Estes episódios marcam “um ponto de viragem” nesta guerra.
“E espero que marquem um ponto de viragem no sentido positivo, ou seja, que façam refletir sobre a necessidade de pôr um fim à luta o mais rápido possível e não endurecer as posições como alguns temem”, acrescentou.
Ainda no contexto das relações com o Patriarcado de Moscovo, o Secretário de Estado do Vaticano confirmou que “já existe uma preparação e programação” para se realizar um encontro “num terreno neutro” entre o Papa Francisco e o Patriarca Kirill.
LFS