D. António Moiteiro aponta ao envolvimento no «anúncio do Evangelho» como missão prioritária
Vila Real, 06 abr 2022 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé disse hoje à Agência ECCLESIA que o novo ministério de catequista, instituído pelo Papa em 2021, se deve centrar no âmbito da evangelização e formação, em Portugal.
“O catequista estará mais no âmbito do anúncio do Evangelho, na comunidade cristã”, referiu D. António Moiteiro, falando a respeito do primeiro encontro das Comissões Episcopais que acompanham o setor da Educação, em Portugal, Espanha e Itália, que decorreu na segunda-feira.
“Este encontro também foi motivado pelo documento do Papa, ‘Antiquum ministerium’, que instituiu o ministério do catequista”, acrescentou o responsável.
O bispo de Aveiro indicou que, nos trabalhos, foi abordado “o ministério do catequista, a sua vocação, o âmbito de ação e a sua formação”.
As comissões dos três países vão levar à próxima reunião plenária das respetivas Conferências Episcopais um documento, para aprovação, sobre este ministério.
“O catequista instituído no ministério deveria ser um formador, para a iniciação cristã das crianças, adolescentes, e também um certo coordenador da Catequese, na diocese, nos arciprestados, da própria paróquia”, observou o presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé.
O bispo de Aveiro sustentou ainda que o ministério do catequista deverá ter “um papel muito importante na Catequese com os catecúmenos”, os que se preparam para receber o Batismo, após um percurso específico de formação.
A carta apostólica (Motu Proprio) ‘Antiquum ministerium’, publicada a 11 de maio de 2021, instituiu o “ministério laical de catequista”, homens e mulheres que não pertencem ao clero nem a institutos religiosos, reconhecendo de forma “estável” o serviço que prestam na transmissão da fé, “desempenhado de maneira laical como exige a própria natureza do ministério”.
“Convém que, ao ministério instituído de catequista, sejam chamados homens e mulheres de fé profunda e maturidade humana, que tenham uma participação ativa na vida da comunidade cristã, sejam capazes de acolhimento, generosidade e vida de comunhão fraterna, recebam a devida formação bíblica, teológica, pastoral e pedagógica para ser solícitos comunicadores da verdade da fé e tenham já maturado uma prévia experiência de catequese”, precisou Francisco.
A 11 de janeiro de 2021, o Papa tinha estabelecido que as mulheres tenham acesso aos ministérios de leitor e acólito, com o motu proprio ‘Spiritus Domini’.
Estes ministérios também estiveram em debate na reunião dos responsáveis de Portugal, Espanha e Itália.
D. António Moiteiro considera que os leitores, como ministério instituído, devem funcionar como um “coordenador da formação” da comunidade, sem se limitar à “ação litúrgica”.
“Deverá ocupar-se mais da Palavra de Deus, na comunidade”, reforçou.
O bispo de Aveiro assumiu ainda o desejo de que o ministério de acólito possa estabelecer uma nova relação com os doentes, coordenando a ação da comunidade, nesse campo.
O presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé participa no Encontro Nacional de Catequese, com o tema ‘Igreja em Sínodo: Catequese COM itinerário(s)’, que decorre até sexta-feira, em Vila Real.
PR/OC