Terra Santa: Santa Sé apela à solidariedade na Coleta de Sexta-feira Santa

Dicastério agradece generosidade em recolha de fundos, que acontece por desejo dos Papas

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 15 abr 2022 (Ecclesia) – A Congregação para as Igrejas Orientais (Santa Sé) apelou à solidariedade com os cristãos da Terra Santa, na coleta anual de Sexta-feira Santa, que se celebra hoje, lembrando a ausência de peregrinos em dois anos consecutivos, por causa da pandemia.

“O gesto da oferta, mesmo pequena, mas da parte de todos, como o óbolo da viúva, consente aos nossos irmãos e irmãs de continuar a viver e a esperar, a oferecer um testemunho vivente do Verbo feito carne nos Lugares e pelas estradas que viram a Sua presença”, lê-se na carta enviada aos bispos.

A Congregação para as Igrejas Orientais recorda que os cristãos da Terra Santa celebraram a Páscoa e o Natal numa espécie de isolamento, “sem o calor e a amizade solidária dos peregrinos que visitam os Lugares Santos e as comunidades locais”, nos últimos dois anos.

“As famílias sofreram pela falta de trabalho mais que pelos efeitos imediatos da epidemia”, assinala.

O documento explica que foi “por expresso desejo” do Papa que se iniciou “e se continua a celebrar a ‘Coleta Pro Terra Santa’” normalmente na Sexta-feira Santa, “dia da Paixão salvífica do Senhor”.

Neste contexto, a carta assinada pelo prefeito da congregação, cardeal Leonardo Sandri, e secretário, arcebispo Giorgio Demetrio Gallaro, explica que a Coleta para a Terra Santa “não é nada de antigo ou ultrapassado”, porque exprime “a consciência das raízes”, que se encontram no anúncio da “redenção que se difundiu a partir de Jerusalém e chegou a todos nós”.

“Olhando para Cristo, que tocou até ao fundo a nossa realidade humana, deixando-nos inspirar pelos gestos de proximidade realizados pelo Papa Francisco nas suas Viagens Apostólicas, e acolhendo o seu convite para sermos solidários com os irmãos e as irmãs da Terra Santa, damos novo vigor e nova força à prática da Coleta da Terra Santa”, explicam, e destacam o trabalho das dioceses e dos Comissários da Terra Santa dos Franciscanos (Ordem dos Frades Menores).

Os territórios que beneficiam deste apoio são Jerusalém, Palestina, Israel, Jordânia, Chipre, Síria, Líbano, Egito, Etiópia, Eritreia, Turquia, Irão e Iraque.

A carta recorda que Francisco “viveu duas peregrinações de esperança”, em 2021, às comunidades cristãs do Médio Oriente e da Terra Santa, “esperando contra toda a esperança, enquanto o mundo ainda estava sob a pandemia”, onde quis alcançar alguns entre os “mais sós e sofredores” – os irmãos e irmãs do Iraque (Mossul, Qaragosh, Bagdade), e às “terras da pregação apostólica” que são o Chipre e a Grécia.

A Congregação para as Igrejas Orientais lembra que a Igreja – Corpo de Cristo – “continua a sofrer, especialmente no Médio Oriente”, mas também nos lugares do mundo onde “a liberdade de viver a fé é impedida pela perseguição em muitos casos”, pelo ambiente hostil, “frequentemente pela globalização da violência das guerras”, como acontece na Ucrânia.

A ‘Coleta para a Terra Santa’ é a fonte principal para o sustento da vida que se realiza em torno dos Lugares Santos e o “instrumento da Igreja para se colocar ao lado das comunidades eclesiais do Médio Oriente”, e a Custódia Franciscana pode “sustentar e cumprir a importante missão” de guardar estes lugares e “favorecer a presença cristã”.

A Santa Sé informa que a Custódia da Terra Santa recebe 65% da Coleta, enquanto os restantes 35% são para a Congregação para as Igrejas Orientais, que usa na formação de candidatos ao sacerdócio, o sustento do clero, atividades escolares, formação cultural e subsídios às diversas circunscrições eclesiásticas.

CB

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Agência ECCLESIA

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