D. Michael Czerny esteve com refugiados na Hungria, antes de atravessar a fronteira
Lisboa, 10 mar 2022 (Ecclesia) – O cardeal D. Michael Czerny, enviado pessoal do Papa à Ucrânia, alertou para o tráfico de pessoas, no contexto da fuga de milhões de pessoas, por causa da guerra no país do leste europeu.
“O tráfico de pessoas é um problema real”, referiu o presidente interino do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé), para quem esta é “uma tragédia dentro de uma tragédia, que se alimenta de crises humanitárias”.
O colaborador do Papa, enviado por Francisco juntamente com o esmoler pontifício, cardeal Konrad Krajewski, para auxiliar as vítimas da guerra, esteve com refugiados na Hungria antes de atravessar a fronteira e chegar à aldeia ucraniana de Beregove, na Transcarpátia, área poupada pelos bombardeamentos.
A viagem está a ser acompanhada por uma equipa de reportagem do portal ‘Vatican News’.
“É um genocídio”, disse o bispo D. Péter Miklós Lucsok, administrador apostólico da Diocese de Mukachevo, referindo-se às vítimas.
O número de pessoas que foram forçadas a fugir da Ucrânia para outros países na sequência da invasão russa, em 24 de fevereiro, já ultrapassou os 2,3 milhões, anunciou hoje o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).
A comissária dos Assuntos Internos da União Europeia, Ylva Johansson sublinhou esta terça-feira que, desde o início desta guerra, entraram no espaço comunitário “o mesmo número de refugiados que a UE recebeu no cômputo de 2015 e 2016”.
Admitindo que não se sabe ao certo quantas crianças já se refugiaram na União Europeia, a comissária estimou que perto de metade dos 2 milhões de refugiados sejam crianças, muitas desacompanhadas, o que as torna muito vulneráveis e de alto risco de serem vítimas de redes criminosas, designadamente para tráfico de seres humanos.
OC
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