Braga: D. Jorge Ortiga deixa desafios às comunidades católicas, em momento de despedida

Administrador apostólico destaca importância do processo sinodal, convocado pelo Papa Francisco

Foto: Avelino Lima/DM

Braga, 02 fev 2022 (Ecclesia) – O administrador apostólico da Arquidiocese de Braga, D. Jorge Ortiga, presidiu esta quarta-feira à última celebração como arcebispo, na Catedral, deixando desafios às comunidades católicas, a partir do processo sinodal lançado pelo Papa.

“Francisco convoca o Sínodo. Não se contenta com a realização de reuniões porventura vivas e confrontantes. Pretende fidelidade ao Espírito para que a Igreja se encontre com a sua raiz para poder dizer algo a este tempo que estamos a viver”, referiu o responsável católica, na Missa a que presidiu na Catedral bracarense, na festa de Nossa Senhora das Candeias.

  1. Jorge Ortiga convidou todos a seguir “os caminhos traçados para hoje pelo Concílio Vaticano II”.

“Convosco, neste dia e na última celebração como arcebispo a partir desta Catedral onde se sentaram tantos arcebispos insignes e santos, quero reafirmar com a clareza que os católicos deveriam acolher ‘A luz dos Povos que é Cristo’, ‘Lumen Gentium’. Cristo é a luz para todas as épocas e, particularmente, para esta que temos dificuldade em identificar”, apontou, numa intervenção publicada pela página da Arquidiocese de Braga na internet.

É chegada a hora da verdade. Pessoalmente, rezo para que nesta alteração de bispo aconteça este reencontro singular com Cristo de modo que se torne luz. O Sínodo pretende confirmar e eliminar pormenores da vida da Igreja na comunhão, na participação, na missão”.

D. Jorge Ortiga assinalou que a Igreja Católica se encontra em “processo de autoanálise”, aludindo ao Sínodo 2021-2023, que o Papa inaugurou no Vaticano, no último mês de outubro, iniciando uma consulta global a todas as comunidades católicas.

“Guiados pelo Espírito Santo, em atitude de escuta veneranda que reflete, se confronta, dialoga, experimenta Jesus vivo e presente na comunidade. É Ele que terá de ser luz num mundo decrépito e mostrar o caminho para que isso aconteça”, pede o administrador apostólicos.

Nesta última celebração na Catedral, D. Jorge Ortiga apresentou uma “retrospetiva” sobre os “modos e maneiras de renovar a pastoral como arte de anúncio”.

“À Senhora das Candeias confiemos esta mudança de arcebispo para que aconteça uma purificação de processos e a Arquidiocese seja mesmo luz, não própria, mas de Cristo e que o seja para todos, crentes e não crentes. Trabalhemos para este milagre e que esta seja a minha última prece. A luz de Cristo nasce da unidade entre todos”, concluiu.

O Papa aceitou no último dia 3 de dezembro a renúncia ao cargo de D. Jorge Ortiga, de 77 anos, nomeando como seu sucessor D. José Cordeiro, até então bispo de Bragança-Miranda, que vai iniciar o seu ministério a 13 de fevereiro.

OC

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Agência ECCLESIA

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