Conferência episcopal propõe várias ações à Igreja, como tirar ativos de instituições que prejudicam o ambiente
Cidade do Vaticano, 01 fev 2022 (Ecclesia) – Os bispos das Filipinas apelam “à unidade e ação” face à “emergência climática e crise planetária”, numa Declaração Pastoral sobre ecologia em que reafirmam o compromisso de “liderar pelo exemplo” o uso de energia renovável e outros sistemas sustentáveis.
“Como uma das nações mais vulneráveis nesta era de emergência global, as Filipinas têm o imperativo moral de procurar o caminho de desenvolvimento mais sustentável possível para o bem das gerações atuais e futuras, garantindo que as vozes de todos sejam levadas em conta”, assinala a Conferência dos Bispos Católicos das Filipinas (CBCF).
A organização publicou a declaração pastoral sobre ecologia que é ‘Um apelo à unidade e ação em meio a uma emergência climática e crise planetária’, divulgada a 29 de janeiro, após a assembleia plenária realizada online.
O portal de notícias do Vaticano destaca que os bispos filipinos se comprometem a retirar os ativos desta Igreja local de instituições financeiras e corporações que participem em “atividades ecologicamente prejudiciais”, até 2025.
Neste contexto, os bispos pedem às instituições da Igreja que não permitam que os seus recursos financeiros sejam investidos em centrais elétricas a carvão, mineradoras e outros projetos extractivistas que “destroem o meio ambiente e afetam as comunidades locais”.
“É inaceitável que as finanças tão gentilmente oferecidas sejam usadas para essas indústrias. Os recursos financeiros devem ser usados exclusivamente para o bem comum, integridade da criação e glória do nosso Criador”, desenvolvem, pedindo às organizações que também recusem doações das indústrias ambientalmente “destrutivas”.
A conferência episcopal refere que quer “liderar pelo exemplo” a promoção do uso de energias renováveis, sistemas sustentáveis e “ações ecológicas concretas no cuidado da ‘Casa Comum’”, como solicitado pela COP 26, realizada de 1 a 12 de novembro de 2021, na cidade escocesa de Glasgow.
Os bispos das Filipinas comprometeram-se a continuar a impulsionar a implementação do seu ‘Programa Nacional Laudato Si’, em todas as comunidades eclesiais, e institucionalizaram a celebração anual do ‘Tempo da Criação’, no outono, e a ‘Semana Laudato Si’.
A nova declaração incentiva as dioceses a criar ‘Departamento Ecológico’ especial, com fundos adequados para suas atividades, e que intensifiquem os esforços na educação para as questões ambientais nas escolas, em colaboração com a sociedade civil e outras organizações religiosas para popularizar as “pequenas ações diárias”, sugeridas pelo Papa Francisco.
Os responsáveis católicos reafirmaram também o apoio ao Projeto de Lei dos Direitos da Natureza, que está em análise no Congresso Nacional.
“Acreditamos que a legislação proposta serviria como uma barreira para projetos prejudiciais que beneficiariam apenas alguns, ao mesmo tempo em que exacerbariam a vulnerabilidade climática de muitos”, explicam, informa o ‘Vatican News’.
Em 2019, a Conferência dos Bispos Católicos das Filipinas dedicou uma carta pastoral à questão das alterações climáticas.
CB/OC