“Dar voz a quem não tem”. Este é um dos objectivos da acção que a Santa Sé realiza nas Nações Unidas, instituição na qual tem o estatuto de observador permanente com direito a voz, mas não a voto. Assim explicou o Arcebispo Celestino Migliore, observador permanente na ONU, que no dia 29 de Janeiro teve uma audiência privada com Bento XVI. “Estou contente pela possibilidade de falar com o Santo Padre, em particular sobre as preocupações e esperanças comuns sobre a ONU”, revela o prelado em declarações à Rádio Vaticano. Ao constatar as dificuldades que se sentem no seio desta instituição para realizar acordos, o arcebispo explica que “neste encontro com o Santo Padre, percebi o seu grande desejo de que a presença da Santa Sé na ONU possa dar uma contribuição para desbloquear esta situação e instigar a uma maior vontade para chegar a entendimentos que sejam fecundos para toda a humanidade”. Ao falar das esperanças e preocupações do Papa sobre as Nações Unidas, o Arcebispo explica que “por estatuto, a ONU tem como tarefa alcançar a paz e o bem-estar das populações do mundo, através da cooperação e através de um entendimento comum”. Sobre o novo secretário-geral da ONU, o coreano Ban Ki-moon, Dom Migliore constata que “certamente é um homem muito preparado e entusiasta”. “Encontra-se num período de transição, no qual tem de compor sua equipe”, afirma Arcebispo Celestino Migliore. “Por enquanto encontramo-nos num momento de espera, mas alimentada por boas esperanças. A impressão é de que esta nomeação foi como injectar de sangue novo nesta instituição.” Sobre a actividade da Santa Sé na ONU, afirma que “procuramos sobretudo dar voz a quem não tem voz”. “Há muitas situações de emergência nas quais alguns se dirigem ao Papa e à Santa Sé, e precisamente através desta presença em Nova York tentamos dar seguimento a este trabalho, que com frequência é um trabalho especificamente humanitário», finaliza. Com Rádio Vaticano