Santa Sé: Natal é uma festa “com espanto” e “não se limita” a uma emoção superficial –  Papa Francisco

Na homilia da celebração das primeiras vésperas da Solenidade de Santa Maria

Foto: Vatican News

Cidade do Vaticano, 31 Dez 2021 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse, hoje, na homilia da celebração das primeiras vésperas da Solenidade de Santa Maria e «Te Deum» de ação de graças do ano que está a findar que o Natal é uma festa “com espanto” e “não se limita” a uma emoção superficial.

“O Natal não pode ser celebrado sem espanto, mas um espanto que não se limita a uma emoção superficial, ligada ao exterior da festa, ou pior ainda, ao frenesim consumista”, realçou o Papa Francisco na celebração na Basílica de São Pedro.

Se o Natal “se reduzir a isso, nada muda e amanhã será igual a ontem, o ano que vem será como o passado e assim por diante”, frisou o Papa Francisco.

Nestes dias a Liturgia convida a “um despertar” para o “espanto pelo mistério da Encarnação” e a festa do Natal “é talvez a que mais desperta esta atitude interior: espanto, admiração, contemplação”.

O espanto cristão não tem origem “nos efeitos especiais, de mundos fantásticos, mas do mistério da realidade: não há nada mais maravilhoso e surpreendente do que a realidade”, acrescentou.

Este período de pandemia “aumentou a sensação de perplexidade em todo o mundo”. Depois de uma primeira “fase de reação”, na qual as pessoas se “sentiram solidárias e no mesmo barco, espalhou-se a tentação de “salvar quem pode”.

“Mas, graças a Deus, reagimos de novo, com sentido de responsabilidade”, agradeceu o Papa argentino.

Em Roma, “todos se sentem irmãos” e, em certo sentido, “todos se sentem em casa, porque esta cidade contém em si uma abertura universal”.

Todavia, uma cidade “acolhedora e fraterna” não pode ser reconhecida pela sua “fachada”, “pelos belos discursos”, “pelos acontecimentos agudos”.

“É reconhecida pela atenção diária, durante a semana, àqueles que mais lutam, às famílias que mais sentem o peso da crise, às pessoas com deficiências graves e suas famílias, àqueles que precisam todos os dias de transporte público para chegar lá”, lembrou Francisco.

Roma é uma “cidade maravilhosa, que nunca deixa de encantar; mas para quem aí mora é também uma cidade cansativa, infelizmente nem sempre digna para os cidadãos e visitantes, uma cidade que às vezes descarta”, proferiu.

LFS

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Agência ECCLESIA

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