Igreja/Sociedade: Santa Sé anuncia projeto «Trabalho para todos»

Irmã Alessandra Smerilli aponta para uma «grande operação de escuta» de quem procura «soluções criativas»

Cidade do Vaticano, 21 dez 2021 (Ecclesia) – A secretária interina do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral e delegada da Comissão Vaticana Covid-19, anunciou hoje o novo projeto ‘Trabalho para todos’ que vai ajudar a criar “condições para que algo de novo aconteça”.

“Será uma grande operação de escuta de todos aqueles que em diferentes lugares procuram soluções criativas para os problemas do trabalho”, disse a irmã Alessandra Smerilli, na conferência de apresentação da mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz 2022.

O projeto ‘Trabalho para todos’ vai ser dinamizado pelo Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral, através da Comissão Covid-19, em colaboração com outros dicastérios da Santa Sé.

A irmã Alessandra Smerilli explicou que vão “ouvir, discernir e partilhar”, criando as condições para que “algo de novo aconteça”.

‘Diálogo entre gerações, educação e trabalho: instrumentos para construir uma paz duradoura’ é o tema da mensagem do Papa para a celebração do 55º Dia Mundial da Paz, que se vai comemorar no dia 1 janeiro de 2022.

Francisco alerta para impactos da pandemia e da crise climática, defende mais investimento em Educação e menos despesas militares e manifestou preocupação com o agravamento das condições laborais, por causa da Covid-19.

A secretária interina do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral referiu que o trabalho, marcado pela emergência pandémica, “está cada vez mais no centro da questão social”

Na sua intervenção, a religiosa referiu-se também aos cuidados, que não podem ser separados do trabalho.

“A oferta e o pedido de cuidados, será o grande desafio da sustentabilidade humana e espiritual. Se deixarmos tudo ao mercado, os descartados aumentarão, e serão descartados dos rendimentos e cuidados”, alertou.

Segundo a irmã Alessandra Smerilli, uma cura que deve permanecer e se torne “um dom e gratuidade, expressão do princípio da fraternidade”.

A conferência de imprensa contou com a presença do responsável pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, o cardeal Peter Turkson, alertou para a falta de “vontade política de se comprometer” com medidas necessárias para responder às “crises climáticas, pandemias e desigualdades económicas que ameaçam a vida”.

“Cultura do encontro exige colocar no centro de toda a atividade política, social e económica a pessoa humana, que goza da máxima dignidade, e o respeito pelo bem comum”, assinalou.

Também participaram o padre Fabio Baggio, subsecretário da Secção de Migrantes e Refugiados, do referido dicastério, e Aboubakar Soumahoro, presidente da Lega Braccianti e porta-voz de Invisíveis em Movimento, que invocou uma “revolução espiritual” para reconstruir o sentido de pertença à comunidade humana.

CB

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Agência ECCLESIA

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