Francisco agradeceu acolhimento que recebeu durante a sua recente visita aos dois países
Cidade do Vaticano, 08 dez 2021 (Ecclesia) – O Papa evocou hoje no Vaticano o sofrimento dos migrantes que encontrou na sua recente viagem ao Chipre e à Grécia, concluída na segunda-feira.
“Não nos podemos calar, não podemos virar a cara para o outro lado”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação da oração do ângelus, na solenidade da Imaculada Conceição.
A 35ª viagem internacional do pontificado decorreu de 2 a 6 de dezembro, com passagem por Nicósia, Atenas e o campo de refugiados de Lesbos, onde Francisco regressou, cinco anos depois.
“Por favor, olhemos nos olhos dos descartados com que nos encontramos, deixemo-nos provocar pelos rostos das crianças, filhas de migrantes desesperados, deixemo-nos tocar por dentro pelo seu sofrimento, para reagir à nossa indiferença”, pediu o Papa, no Vaticano.
“Olhemos o seu rosto, para despertarmos do sono do costume”, acrescentou.
Francisco quis agradecer a todos os que o acompanharam na sua “peregrinação”, evocando a “ferida do arame farpado” no Chipre, ilha dividida desde 1974, antes de desejar que possa ser um “laboratório de fraternidade”.
O Papa disse ter-se sentido “em família” nos dois países, de maioria ortodoxa.
“Somos filhos da Igreja de Jesus, que é mãe e nos acompanha, cuida de nós, faz-nos seguir em frente, todos irmãos”, sustentou, agradecendo aos patriarcas Crisóstomo (Chipre) e Jerónimo II (Grécia).
Francisco deixou ainda uma referência particular à sua passagem pela Grécia: “Em Atenas, senti-me imerso na grandeza da história, na memória da Europa: humanismo, democracia, sapiência, fé”.
OC