D. António Montes apelou ao “Não”, no próximo referendo ao aborto, durante a homilia das celebrações do Menino Jesus da Cartolinha, que tiveram lugar na Sé de Miranda, no passado Domingo, dia 7. Numa festividade que assinala o nascimento de Jesus Cristo, o Bispo de Bragança-Miranda sublinhou que “é uma incongruência estarmos aqui a celebrar a vida e depois, em Fevereiro, tomarmos uma atitude contrária à vida”. O Bispo diocesano mais uma vez apelou à necessidade de o culto religioso não se limitar aos rituais próprios das épocas festivas, e ser transposto para a vida das pessoas. Nesse sentido, um Cristão, que celebra o Nascimento de Jesus, deve defender a vida, em todas as suas etapas. “Quando Deus disse: não matarás, referia-se a todas as fases da vida, em todas as circunstâncias”, acrescentou D. António Montes, referindo que é essa defesa da vida, que está em causa em Fevereiro. Segundo o prelado, não é preciso ser religioso para defender a vida. Este é um respeito que se impõe. “Não fomos nós que demos vida a nós próprios. Por isso o respeito pela vida é um respeito que se impõe, em todas as circunstâncias, para que a nossa presença na Igreja seja verdadeira e tenha sentido”, disse. Por essa razão, “quando dizemos na Igreja que somos todos irmãos e filhos de Deus, temos que aplicar isso a todas as fases da vida”. O Bispo da diocese sublinhou ainda que “um embrião tem já todas as potencialidades e capacidades para desenvolver a vida humana. É um ser humano. É uma incoerência dizer que até às 10 semanas se pode eliminar, a partir das 10 semanas já será crime. É deturpar a verdade das coisas. A ciência confirma que o ser humano já existe desde o princípio”. D. António Montes terminou a homilia dizendo: “uma criança que nasce é um sorriso de Deus na paisagem do mundo de hoje. Não vamos contribuir para que esse sorriso desapareça da nossa terra”.