Aborto não defende as mulheres

Cardeal-Patriarca de Lisboa apresenta série de textos sobre o próximo referendo D. José Policarpo considera que a legalização do aborto não é uma solução “legítima” para o drama do aborto, frisando que “uma tal lei fere princípios éticos universais”. “Cultural e moralmente, o ‘Não’ é a única resposta legítima” no próximo referendo ao aborto, refere o Cardeal-Patriarca no primeiro de cinco textos que serão publicados no semanário “Voz da Verdade”, do Patriarcado”, acerca dos problemas levantados pelo aborto. O texto sublinha que o que estará em causa, a 11 de Fevereiro próximo, é “dizer ‘Sim’ ou ‘Não’ a um alargamento legal do aborto até às dez semana de gravidez, tendo como motivo a justificá-lo apenas a vontade da mulher grávida”. O Patriarca de Lisboa passa em revista alguns dos argumentos mais comuns na campanha pelo “Sim”, começando pela necessidade de solucionar o drama do aborto clandestino. Não querendo negar este “drama”, D. José Policarpo defende que é necessário “tipificar melhor a realidade, nas suas dimensões evolutivas”. Por outro lado, o texto refere que, noutro países, “a legalização não resolveu significativamente o problema”, mas levou a um aumento dos número globais de abortos. Quanto ao slogan “nem mais uma mulher para a cadeia”, D. José Policarpo condena a “ambiguidade” de não ser possível “«despenalizar» sem «legalizar»”. Segundo o Cardeal-Patriarca, essa legalização não colocaria Portugal entre os países mais progressistas da Europa e lamenta a insistência nesta ideia “num continente a definhar por deficit de natalidade”. Aos que defendem que o aborto é um “direito da mulher”, o Patriarca de Lisboa aponta que “o feto é um corpo de outro ser humano, que a mulher recebe no seu corpo, para o fazer crescer”. Ligada a este argumento está uma razão, invocada por “alguns católicos, que se querem distanciar da doutrina da Igreja”, para quem “no aborto está em questão duas vidas, a do feto e a da mãe”. D. José Policarpo pergunta se estes católicos não estarão a fazer “equivaler a destruição da vida do feto ao incómodo de uma maternidade indesejada?”.

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