Atentados à vida são atentados à Paz

Bispo de Viana do Castelo no Dia Mundial da Paz Caminha recebeu da celebração do Dia Mundial da Paz «Todos os atentados à vida humana constituem um atentado à paz, mesmo quando legalmente autorizados» advertiu o Bispo de Viana do Castelo, D. José Pedreira, ontem na Igreja da Misericórdia – Caminha, durante a celebração eucarística do primeiro dia do novo ano comemorando o Dia Mundial da Paz. Centrado na proposta do Papa para a celebração do 40º Dia Mundial da Paz, cuja mensagem se intitula “Pessoa Humana: coração da Paz”, o Prelado vianense recordou aos fiéis que o «respeito da dignidade da pessoa, sejam quais forem as situações, está presente na prática e ensinamentos de Cristo» e por isso «os consideramos princípios fundamentais e invioláveis». Para o Bispo de Viana a prova de maturidade de um Estado ou de uma cultura é a «defesa intransigente e lúcida deste direito na sociedade e pela organização jurídica da mesma sociedade» porque é o ser humano que «é princípio, sujeito e fim da sociedade, fim e centro da cultura». A salvaguarda da dignidade da pessoa humana e dos princípios sobre os quais esta se fundamenta requer, explicou o Prelado, «educação e formação integral de cada pessoa», formação esta que deve integrar igualmente «a educação e formação cristãs». O Bispo Diocesano frisou que persistem «perigos» que dificultam ou impedem mesmo o desenvolvimento de uma cultura da Paz tais como: uma centralidade obsessiva na defesa dos direitos de cada cidadão com menosprezo pelos deveres; uma cultura individualista da vida, do prazer e da liberdade que exclui o cuidado pelo outro; a emulação e excessiva preocupação pelo bem-estar pessoal, por ascender na classe social, que não se compadece com os excluídos ou marginalizados – sublinhou. Como remédio «importa desenvolver as atitudes e condutas capazes de os superar», apontou. A construção de um mundo mais humano para todos os homens é tarefa que requer que todos se orientem, com espírito renovado, em ordem à verdadeira paz, sendo absolutamente necessárias «a vontade firme de respeitar a dignidade dos outros homens e povos e a prática assídua da fraternidade». «A paz é, assim, também fruto do amor, o qual vai além do que a justiça consegue alcançar» frisou o Bispo de Viana do Castelo que, citando o Papa, apelou ao empenho de todos para que seja posto termo «à corrida aos armamentos e se inicie a redução dos mesmos, segundo critérios justos e eficazes». A pessoa humana, como nos recorda o Santo Padre, prosseguiu, torna-se o coração da paz quando se empenha seriamente por eliminar as causas das discórdias entre os homens, sobretudo as injustiças, as desigualdades económicas, o espírito de dominação e o desprezo das pessoas. É das desordens do coração humano que brotam as invejas, a desconfiança e soberba humanas, bem como outras paixões egoístas, que envenenam as relações sociais. Quando o coração humano se abre ao diálogo sincero, está aberto o caminho para a paz, concluiu D. José Pedreira que fez de Caminha o centro desta Diocese do Alto Minho no início do ano de 2007.

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Agência ECCLESIA

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