Ajuda humanitária não pode fazer distinções

Comentário da Oikos à Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz Bento XVI dirigiu na sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz algumas palavras à acção realizada pelas organizações internacionais que desenvolvem trabalho humanitário em regiões que se encontram em conflito. Qualquer ajuda humanitário que se preste tem por base o respeito pelos direitos fundamentais e naturais do Homem, em especial em contexto de guerra, situação apontada por Bento XVI. O Papa faz um alerta para conflitos recentes, no Líbano por exemplo, onde esses direitos humanos não foram preservados. A Oikos – Cooperação e Desenvolvimento trabalha em países pobres e em países em guerra, tendo uma acção que, como explica o seu director executivo, João José Fernandes, “num primeiro momento é destinada a proteger os refugiados e deslocados internos de guerra, no sentido de garantir que essa populações tenham acesso a bens essenciais de primeira necessidade, produtos alimentares e água e saneamento”, aponta. Num segundo momento “preocupamo-nos com a recuperação da dignidade humana dessas pessoas, através de um processo de desenvolvimento em que elas possam participar”, explica o director executivo. Em paralelo a Oikos trabalha na advocacia social ou seja, “procurar influenciar os governos e as partes em conflito, no sentido de não utilizar a ajuda humanitária como arma de guerra”, afiram, sendo este um dos crimes que pode “transformar-se numa arma poderosa ao evitar que a ajuda humanitária chegue às vítimas”. Este trabalho tem subjacente a protecção política das vítimas, “denunciando através de canais apropriados, nomeadamente organizações de defesa dos direitos humanos”, aponta João Fernandes, e por outro lado “auxiliando desde o primeiro momento essas vítimas e procurando fazê-lo com o sentido de imparcialidade e neutralidade”, pois não se pode na ajuda humanitária distinguir as partes em conflito, “porque a sociedade civil é sempre uma vítima ao ver-se envolvida involuntariamente”, sublinha o director executivo da Oikos. João Fernandes sublinha a importância de Bento XVI ter chamado a atenção para a igualdade fundamental de todos os seres humanos como igualdade na natureza. “Pelo facto de os seres humanos viverem são já iguais, portanto todos eles devem ser preservados no que respeita à sua dignidade e direitos que lhe assistem”, afirma. A oikos há muitos anos em Portugal tem procurado mobilizar tanto a sociedade civil como o governo para a necessidade de auxiliar as vítimas em contexto de crise humanitária, “e isto independentemente da língua, de ser ou não um país lusófono”, sublinha João Fernandes. Sendo este o esforço de testemunho que a Oikos deixa nos 11 países onde desenvolve acções, o director executivo renova o apelo feito pelo Papa, para que “não se faça distinção de credo, raça ,cor de pele ou língua na ajuda que se preta às pessoas”, finaliza.

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Agência ECCLESIA

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