Bispo de Macau admite contactos entre Pequim e o Vaticano

O Bispo de Macau acredita que já há contactos entre a China e o Vaticano no sentido de serem normalizadas as relações entre os dois Estados. Em entrevista à Agência Lusa, D. José Lai considera que as partes devem dialogar “franca e abertamente” sobre as questões religiosas no continente chinês mesmo que as conversas tenham início com enviados especiais. D. José Lai, natural de Macau, onde nasceu em 1946, aposta “num diálogo franco e aberto entre as duas partes”, mas recorda que Pequim “tem hoje uma postura muito mais tolerante e reconhece que as várias religiões também contribuem para o desenvolvimento do país”. “Hoje podemos verificar em várias cidades da China que está a ser feita uma aposta na reabilitação das igrejas, que até o ensino de Teologia tem uma faculdade em Pequim e que as várias religiões possuem uma maior facilidade de actuação”, afirmou. O prelado recusa qualquer abordagem política ao tema Religião no continente chinês e também se escusa a tecer comentários às críticas dirigidas pelo Vaticano às autoridades chinesas, mas recorda que o país tem os “seus próprios tempos e as suas próprias interpretações que devem ser respeitadas”. “Na China o conceito de liberdade e até de democracia não pode ser visto à luz da interpretação europeia ou americana porque o povo chinês tem a sua própria maneira de ver e analisar as coisas e tem registado grandes evoluções”, defendeu. D. José Lai manifesta-se esperançado numa aproximação entre a China e o Vaticano, acredita que “há contactos bilaterais” e não esquece determinadas atitudes de Pequim que classifica de “sinais” dos novos tempos. “Quando em 2005 faleceu o Papa João Paulo recebi aqui na diocese as condolências por parte de um representante de Pequim em Macau que dias mais tarde nos deu os parabéns pela nomeação do nosso Papa Bento XVI”, conta. Além disso, acrescentou, já foi, como Bispo, convidado “duas vezes” par a visitar o continente chinês e em “ambas as visitas” viu “alguns progressos importantes”. Bispo da diocese de Macau desde 2003, D. Lai considera também que as “maiores relações de cooperação” entre as igrejas de Macau e da China “também ajudam” a aproximar a China do Vaticano mas “é necessário que os diferendos sejam sanados”. (Com Lusa)

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