Afeganistão: «Estados membros e União Europeia têm de salvar o maior número de pessoas», disse o presidente da comissão dos episcopados europeus

D. Jean-Claude Hollerich pede aos políticos para cuidarem das pessoas para além de «estratégias geopolíticas»

Foto: Agência Ecclesia/MC; D. Jean-Claude Hollerich

Bruxelas, 26 ago 2021 (Ecclesia) – O presidente da Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE) disse que os bispos da UE estão preocupados com as pessoas “que estão desesperadas e querem sair do Afeganistão”, com medo da opressão, e pede compaixão e acolhimento.

“É muito claro que os Estados da União Europeia – e a própria União Europeia – têm de fazer tudo o que é possível para salvar o maior número de pessoas e também para recebê-los dentro dos países membros”, disse D. Jean-Claude Hollerich, divulgou hoje o portal ‘Vatican News’.

Hoje, duas explosões fora do aeroporto de Cabul fizeram várias vítimas, onde se contam cidadãos norte-americanos e diversos civis afegãos, informou o porta-voz do Pentágono, John Kirby, na rede social Twitter.

“Eu gostaria que os políticos não colocassem apenas as estratégias geopolíticas no centro de suas políticas, mas cuidassem de cada pessoa individualmente”, assinalou o presidente da COMECE.

O responsável exortou os políticos da UE ter compaixão por “pessoas que dependiam” da coligação internacional, incentivando-os a acolher e ajudando-as em momentos de necessidade, quando há países que na Europa que já suspenderam ou anunciaram a suspensão na operação de resgate de estrangeiros e afegãos no aeroporto de Cabul.

Para o cardeal Jean-Claude Hollerich, arcebispo do Luxemburgo, esta é a oportunidade dos Estados da EU demonstrarem que acreditam nos seus valores, “aceitando, acolhendo e tentando integrar as pessoas”, porque a alternativa é deixar os afegãos “sozinhos com seu medo da morte e da humilhação”.

Foto EPA/Lusa

Neste contexto, o presidente da Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia manifestou também preocupação com a ideia de construir campos de refugiados em países vizinhos do Afeganistão porque são “países politicamente instáveis”, onde existe um “islamismo radical”, e exemplificou que nos campos de migrantes na Líbia e em outros lugares na fronteira da UE as pessoas são maltratadas e exploradas.

Os talibãs tomaram o controlo do Afeganistão e chegaram à capital Cabul no dia 15 de agosto, em menos de duas semanas após o início da retirada das tropas da coligação internacional encabeçada pelos Estados Unidos da América, e regressam ao poder 20 anos depois de terem governado o país entre 1996 e 2001.

Esta semana, o porta-voz dos talibãs disse que querem que o presidente norte-americano cumpra o prazo e as tropas deixem o Afeganistão até dia 31 de agosto.

CB/PR

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Agência ECCLESIA

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