Direitos Humanos: Rede de religiosas e leigas católicas assinala Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas

Cáritas Europa une-se na denúncia de «grave problema» que afeta milhões de pessoas

Cidade do Vaticano, 30 jul 2021 (Ecclesia) – A rede ‘Talitha Kum’, que inclui mais de três mil religiosas católicas e leigas, lançou a campanha ‘#CareAgainstTrafficking’ para assinalar o Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas, que se celebra hoje.

“Declaramos que o cuidado e a prevenção são a força mais poderosa para a mudança, e nos unimos aos sobreviventes para promover o cuidado contra o tráfico humano”, defendem as responsáveis.

O organismo internacional de Institutos de Vida Consagrada indica que a campanha “Cuidado contra o tráfico” que chamar a atenção para a necessidade de intervir em todas as fases, prestando assistência às pessoas em risco, às vítimas e às sobreviventes.

Segundo a rede, esta abordagem exige um compromisso de várias instituições e a participação da sociedade, para “enfrentar as causas sistémicas do tráfico”.

Educação, oportunidades de trabalho, assistência médica e justiça são as prioridades apontadas pela campanha, divulgada online.

Alimentadas pela força da espiritualidade, temos ajudado dezenas de milhares de pessoas a escapar da violência do tráfico e encontrar um caminho para reconstruir vidas de liberdade e dignidade”.

As religiosas denunciam situações de falsas propostas de emprego ou escolares, que levam crianças, jovens e mulheres a cair em redes de prostituição ou escravatura doméstica.

A irmã Gabriella Bottani, coordenadora internacional da ‘Talitha Kum’, sublinha que o Papa tem medido uma mudança da “economia do tráfico em economia do cuidado”.

“Apoiamos sobreviventes, mesmo dentro da realidade da crise da pandemia, oferecendo-lhes ajuda material concreta, como pagar o aluguer ou comida. Cuidar significa promover uma educação de qualidade, para ser competitivo no mercado de trabalho”, assinala a religiosa.

Um levantamento da ONU alertou para os impactos de uma “pandemia de tráfico humano”.

A pesquisa identificou um aumento no número de vítimas de tráfico humano durante a pandemi,a especialmente na exploração de crianças.

A ação #CareAgainstTrafficking é parte da ação de incidência política da ‘Talitha Kum’.

A campanha é realizada no contexto da iniciativa ‘Sisters Advocating Globally’ da UISG – União Internacional das Superioras Gerais -, com o objetivo de “levantar a voz das religiosas católicas dentro da comunidade de desenvolvimento global”.

A data é assinalada também pela Cáritas Europa, “mobilizada pela dignidade das pessoas”, recordando que “trabalha há anos contra todas as formas de exploração e tráfico de seres humanos”.

“Denunciamos políticas que aumentam a vulnerabilidade das pessoas e o risco de serem traficadas. Promovemos uma cultura de respeito por meio da consciencialização do público em geral e da preparação de quem está em contato com potenciais vítimas”, destaca a organização católica.

A 30 de julho de 2013, foi declarado o primeiro Dia Mundial de Combate ao Tráfico pelas Nações Unidas, com o objetivo aumentar a consciência sobre o tráfico e ajudar as vítimas e o público em geral a informar-se sobre os seus direitos.

“O tráfico de seres humanos continua a ser um grave problema em todo o mundo, assumindo a forma de exploração sexual, escravidão doméstica, trabalhos forçados, mendicância forçada, coerção para cometer crimes, casamentos forçados e até tráfico de órgãos”, afetando milhões de vítimas em todo o mundo, denuncia a Cáritas Europa.

Os lucros dos traficantes são estimados em 29,4 mil milhões de euros por ano, em todo o mundo.

OC

Direitos Humanos: É preciso coragem para uma economia sem tráfico de pessoas, afirma o Papa (c/vídeo)

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Agência ECCLESIA

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