Os representantes de mais de três dezenas de movimentos de leigos da Arquidiocese de Braga reuniram- se ontem, no Centro Cultural e Pastoral, e reafirmaram o compromisso de tornarem presente a temática familiar, proposta pela Igreja bracarense para o triénio 2005-2008, ao longo do ano pastoral em curso. Na véspera da Festa litúrgica de Cristo Rei, o Arcebispo Primaz pediu mesmo a «articulação» de todos os movimentos para ajudarem a combater as injustiças sociais que atingem os agregados minhotos. D. Jorge Ortiga, que partiu da Carta Pastoral dos Bispos Portugueses sobre a Família, procurou realçar, no início do encontro, «o contributo das diversas associações e movimentos para o desenvolvimento humano e espiritual» desses agregados. «Trata-se de um projecto conjunto e, naturalmente, deve ser articulado. Sabemos que há movimentos que trabalham pelas famílias através da defesa dos seus direitos ou através da educação das crianças. Outros colocam-se o lado da justiça e pela dignidade do trabalho, ou empenham-se na defesa da vida humana, no contexto de uma cultura de morte», afirmou o prelado, que acrescentou que «o que é fundamental é que a comunidade eclesial se sinta responsável por ajudar as famílias a viverem de uma forma coerente a sua própria vocação». «Nenhum movimento se pode furtar à responsabilidade de trabalhar esta dimensão. Todos os membros deveriam mostrar que é possível hoje o projecto de Deus para a Família», referiu à margem da iniciativa o Arcebispo Primaz, que recordou que, «durante o ano pastoral em curso, a Arquidiocese procura realçar a tónica da defesa da justiça social e da solidariedade para com as famílias ». Para D. Jorge Ortiga, «é preciso reconhecer que há lares onde não existe o pão, o indispensável para sobreviver » e que os movimentos devem trabalhar «para que todos sejam justamente remunerados, num tempo em que prolifera o desemprego, e todos tenham acesso aos serviços de saúde». O prelado defendeu também que estes devem ter uma atenção especial para com «as pessoas dotadas de alguma deficiência e os idosos». Durante o encontro também houve espaço para uma intervenção de Conceição Vieira, do Instituto Secular das Cooperadoras da Família, que traçou as linhas de força dos oito discursos que o Papa Bento XVI proferiu durante o Encontro Mundial das Famílias, realizado no Verão, na cidade espanhola de Valência.