África: «Rezem muito por mim», pede religiosa raptada há quatro anos no Mali

«Espero que Deus me ajude a alcançar a liberdade», escreveu irmã Gloria Narváez Argoty numa carta

Lisboa, 08 jul 2021 (Ecclesia) – A irmã Gloria Narváez Argoty, religiosa franciscana raptada em Karangasso, no Mali, há quatro anos, escreveu uma carta à sua família pedindo que “rezem muito” por ela.

“Rezem muito por mim. Que Deus vos abençoe. Espero que Deus me ajude a alcançar a liberdade. Fraternamente Glória”, escreveu a religiosa de 57 anos de idade, divulga a fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

Gloria Narváez Argoty enviou a mensagem ao seu irmão Edgar Argoty, professor em Pasto (Colômbia), através da Cruz Vermelha Internacional, explicando que se encontra refém de um novo grupo, o “GSIM”.

A AIS explica que “GSIM” será o ‘Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos’, uma aliança jihadista do Sahel, vinculada à Al-Qaeda.

Segundo a fundação pontifícia, a carta de 3 de fevereiro deste ano foi escrita pela irmã Gloria Narváez Argoty em castelhano, com “11 linhas no total”, a tinta azul de esferográfica e letra maiúscula.

Edgar Argoty contou que a sua irmã está bem, segundo informações da Cruz Vermelha, mas ficou “um pouco abalada psicologicamente” quando foi libertada outra refém, a médica francesa Sophie Petronin, em outubro de 2020.

“Essa separação fez mal à minha irmã, psicologicamente, mentalmente, porque foram quatro anos de amizade. Davam-se muito bem, ficaram boas amigas. Está fisicamente acabada, muito magra, a pele, o rosto parece estar queimado pelo sol, pelo clima do Mali, mas, graças a Deus, manteve-se sã. Tem muita força”, desenvolveu.

Segundo este testemunho, a religiosa franciscana colombiana e a médica francesa Sophie Petronin dormiam na mesma tenda, “onde eram vigiadas, mas tinham a sua liberdade”.

“Tinham alimentação, pequeno-almoço, jantar, medicamentos, havia um médico, eram bem tratadas pelo facto de serem mulheres e por causa do hábito religioso da irmã respeitaram-na muito”, acrescentou Edgar Argoty.

Ao secretariado português da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, o irmão da freira raptada lembrou ainda que a Colômbia chefiou uma missão internacional com o objetivo de resgatar a irmã Gloria Narváez Argoty mas regressaram em junho, quando o projeto que começou em março tinha mais dois meses, até agosto.

CB/OC

 

 

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Agência ECCLESIA

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