«Pensar a santidade a partir de Fátima faz sentido porque é escola de santidade» – Padre Carlos Cabecinhas
Fátima, 18 jun 2021 (Ecclesia) – O Santuário de Fátima está a promover o Simpósio Teológico-Pastoral ‘Fátima, hoje: pensar a Santidade’, no contexto do centenário da morte de Santa Jacinta Marto, em regime presencial e online, até este domingo, dia 20 de junho.
Na sessão de abertura, o cardeal D. António Marto afirmou que a santidade é “geradora de sentido e de esperança” e disse que os santos “amaram o mundo do seu tempo em crise”.
“Confinar Deus na religião e na Igreja é uma tentação forte face ao mundo difícil, contraditório, global e em crise global em que nos toca viver, mas os grandes santos amaram o mundo do seu tempo em crise”, afirmou o bispo de Leiria-Fátima.
Lembrando o Papa Francisco na exortação apostólica “Exultai e alegrai-vos”, D. António Marto referiu que, “na perspetiva cristã, a santidade mostra uma extraordinária força humanizadora e uma grande oferta de sentido e de esperança”, reiterou,
O bispo da Diocese de Leiria-Fátima afirmou que não se podem falar da santidade “só como um património do passado”, porque “o futuro da Igreja é também história da santidade”.
“A santidade de Jacinta e Francisco é um exemplo e apelo a toda a Igreja, cada um tem um perfil espiritual próprio no caminho da santidade: Francisco era mais dedicado à oração e à contemplação, Jacinta viva mais a compaixão da entrega em favor da humanidade”, disse o cardeal D. António Marto.
Na reflexão, intitulada ‘Dizer a santidade hoje e para hoje a partir de Fátima’, o bispo diocesano assinalou que, no santuário mariano da Cova da Iria, a santidade dos dois pastorinhos “é inspiradora, memoria preciosa a não perder de vista mas a tornar sempre viva e atual”.
Intervindo na sessão de abertura, o reitor do Santuário de Fátima considerou que “pensar a santidade a partir de Fátima faz sentido porque é escola de santidade, quer na mensagem, do anjo e de nossa senhora, quer nos seus protagonistas, nomeadamente nos santos Francisco e Jacinta”.
Na sessão de apresentação do Simpósio Teológico-Pastoral, o padre Carlos Cabecinhas explicou que a mensagem de Fátima apresenta “caminhos e exorta à santidade”, os Santos Francisco e Jacinta Marta são “rostos concretos dessa santidade” a que são chamados e a santidade “adquire um rosto familiar, próximo, e sobretudo desejável e possível”.
O reitor acrescentou que o simpósio não pretende “dedicar-se exclusivamente” à santidade dos pastorinhos ou à santidade da mensagem de Fátima, “este é ponto de partida mas pretende-se alargar a reflexão”.
O Simpósio Teológico-Pastoral ‘Fátima, hoje: pensar a Santidade’ estava previsto para o ano pastoral 2019/2020 que o Santuário de Fátima dedicou ao tema da santidade no centenário da morte de Jacinta (2020) e de Francisco (2019), e decorre no grande auditório do Centro Pastoral de Paulo VI.
“Tem lugar agora sem que se perca o prazo da validade da reflexão. Aliás, aparecerá enriquecida com o este tempo aduz a esta matéria”, salientou o presidente da Comissão Científica e Organizadora do Simpósio, Marco Daniel Duarte.
Para o também diretor do Departamento de Estudos do Santuário de Fátima, “pensar a santidade é uma ousadia”, quer no contexto do pensamento e vivência da humanidade, quer no próprio contexto eclesial, e “vivê-la será a mais feliz das responsabilidades”.
“No decurso de dois mil anos de cristianismo a expressão de santidade foi sempre tomada como definidora da própria comunidade cristã, no que é a sua identidade e no que é o seu desejo”, assinalou Marco Daniel Duarte.
O Simpósio Teológico-Pastoral vai contar com intervenções, entre outros, do cardeal Luis Antonio Tagle, prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos; D. José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa; Crispino Valenziano, do Colégio Pontifício de Santo Anselmo; Jerónimo Trigo, teólogo moralista da Universidade Católica e Teresa Messias, da mesma Universidade.
CB/PR