«Não há dúvidas de que as Igrejas Cristãs têm feito um caminho muito importante e devem continuar a fazê-lo» – D. José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa
Lisboa, 12 jun 2021 (Ecclesia) – Um grupo de Igrejas Cristãs em Portugal assinou hoje um memorando de entendimento para o desenvolvimento do programa ‘Eco Igrejas Portugal’, na Catedral de São Paulo, da Igreja Lusitana (Comunhão Anglicana), em Lisboa.
“O programa ‘Eco Igrejas Portugal’ representa um momento de viragem ao assinalar que não chega as Igreja afirmarem o alinhamento dos seus princípios ecoteológicos, é necessário que também o demonstrem, através de projetos, com ações concretas e de forma transparente”, explicou Olga Romão, do Conselho Português das Igrejas Cristãs (COPIC), na introdução à assinatura do memorando de entendimento.
O memorando de entendimento foi assinado pelo COPIC, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), a Aliança Evangélica, a ONG ‘A Rocha’ e a Rede ‘Cuidar da Casa Comum’ que vão dar apoio à viabilização do programa.
O ‘Eco Igrejas Portugal’ visa a promoção da ética da sustentabilidade, contida em princípios ecoteológicos, e a aplicação nas diferentes Igrejas e comunidades cristãs de indicadores de diagnóstico, educação e gestão ambiental, para uma melhoria contínua da sustentabilidade ecológica.
No final foi entregue a flor perpétua, em planta, como sinal de compromisso com a Criação.
A CEP esteve representada na celebração pelo seu presidente, D. José Ornelas, e por D. Armando Esteves Domingues, bispo auxiliar do Porto e presidente da Comissão Episcopal Missão e Nova Evangelização.
Em declarações à Agência Ecclesia e à Rádio Renascença. D. José Ornelas afirmou que, no campo da proteção do ambiente, da ecologia integral, “é possível e necessário” um caminho “com toda a humanidade”.
“Este apelo ganhou nova dimensão e nova presença com a encíclica ‘Laudato Si’, aliada também à ‘Fratelli Tutti’, porque é a ecologia humana: da justiça e da dignidade para todos que isto tem a ver com a humanidade no seu conjunto e é algo determinante”, desenvolves.
Neste contexto, salientou que “muitos desses valores passaram para a sociedade vindos do Evangelho” e afirmou que, nestas e em outras causas, “não há dúvidas” que as Igrejas Cristãs têm feito “um caminho muito importante e devem continuar a fazê-lo”.
“A fé em comum explicita-se em diversos modos, podemos ir fazendo caminhos que nos levem a uma maior unidade entre nós”, referiu o bispo de Setúbal.
Entre os presentes estiveram o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa; o presidente da Comissão da Liberdade Religiosa, José Vera Jardim; responsáveis religiosos e da sociedade civil.
A assinatura do memorando conjunto realizou-se numa celebração que assinalou o 50.º aniversário do Conselho Português de Igrejas Cristãs, do qual fazem parte as Igrejas Presbiteriana, Metodista, Lusitana e Evangélica Alemã do Porto, com o tema ‘Unidos no Amor e na Esperança’, bem como 20.º aniversário da Lei da Liberdade Religiosa em Portugal e as duas décadas da Carta Ecuménica para a Europa.
CB/OC