Vaticano: Papa pede que Igreja invista no acompanhamento das famílias «feridas» e na preparação para o matrimónio (c/vídeo)

Cinco anos depois da exortação «Amoris Laetitia», Francisco diz que há caminho por fazer

Cidade do Vaticano, 09 jun 2021 (Ecclesia) – O Papa afirmou hoje, numa mensagem divulgada pelo Vaticano, que a Igreja Católica precisa de investir mais no acompanhamento das famílias “feridas” e na preparação para o matrimónio, como ficou definido após as assembleias do Sínodo em 2014 e 2015.

“Alguns desses desafios ainda demoram em ser enfrentados e requerem um renovado impulso pastoral nalgumas áreas particulares: penso na preparação para o matrimónio, no acompanhamento dos jovens casais, na educação, na atenção aos idosos, na proximidade com as famílias feridas ou que, numa nova união, desejam de viver plenamente a experiência cristã”, precisou Francisco.

A intervenção dirigiu-se aos participantes de um fórum internacional, convocado para debater a aplicação da ‘Amoris Laetitia’, cinco anos após a publicação da exortação do Papa sobre a família.

A iniciativa do Dicastério para os Leigos, Família e Vida (Santa Sé) reúne, em formato online, responsáveis de 70 Conferências Episcopais e mais de 30 associações e movimentos internacionais.

Os trabalhos, sob o tema ‘Em que ponto estamos relativamente à Amoris Laetitia? Estratégias de aplicação pastoral da Exortação do Papa Francisco’, inserem-se no ano especial que a Igreja Católica vive, para reflexão sobre a sua ação pastoral junto das famílias.

Francisco alerta, na sua mensagem, para “pressões ideológicas que dificultam os processos educacionais, problemas relacionais, pobreza material e espiritual e, em última instância, muita solidão”.

“Espero que estes dias de trabalho sejam uma boa oportunidade para partilhar ideias e experiências pastorais; e também criar uma rede que, na complementaridade das vocações e dos estados de vida, em espírito de colaboração e de comunhão eclesial, possa anunciar o Evangelho da família da maneira mais eficaz, respondendo aos sinais dos tempos”, apela aos participantes.

O Papa destaca que a experiência da pandemia, nos últimos meses, deve levar a repensar “necessidades e prioridades”, nas comunidades católicas, chamadas a ouvir as famílias.

“A família é, hoje mais do que nunca, um sinal dos tempos e a Igreja é convidada sobretudo a ouvir ativamente as famílias e, ao mesmo tempo, a envolvê-las como sujeitos da pastoral”, indica.

Francisco defende um “esforço especial” na formação dos leigos, especialmente dos cônjuges e das famílias, para que “compreendam melhor a importância do seu compromisso eclesial, ou seja, o sentido de missão que vem do casamento e da família”.

A iniciativa do Dicastério para os Leigos, Família e Vida (Santa Sé) reúne responsáveis de 70 Conferências Episcopais e mais de 30 associações e movimentos internacionais, indica um comunicado enviado à Agência ECCLESIA pela organização.

A Santa Sé vai divulgar, a cada dia, uma síntese dos trabalhos, na página www.amorislaetitia.va, partilhando ainda as conclusões dos participantes.

O Ano ‘Amoris Laetitia’, convocado pelo Papa, decorre até à celebração do X Encontro Mundial das Famílias, em Roma (26.06.2022) e tem como objetivos “difundir a mensagem cristã sobre a família à luz dos desafios do nosso tempo; aprofundar o texto da exortação apostólica e do magistério do Papa Francisco; convidar as Conferências Episcopais, as dioceses e as paróquias, juntamente com os movimentos, associações e famílias, a dedicar-se com vigor à pastoral da família”.

OC

O Papa publicou a 8 de abril de 2016 a sua exortação apostólica sobre a Família, ‘Amoris Laetitia’, uma reflexão que recolhe as propostas de duas assembleias do Sínodo dos Bispos (2014 e 2015) e dos inquéritos aos católicos de todo o mundo.

Ao longo de nove capítulos, em mais de 300 pontos, Francisco dedica a sua atenção à situação atual das famílias e os seus numerosos desafios, desde o fenómeno migratório à “ideologia de género”; da cultura do “provisório” à mentalidade “antinatalidade”, passando pelos dramas do abuso de menores.

 

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Agência ECCLESIA

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