Grandes empresas obrigam trabalhadores a «dançar de contrato em contrato», alertam trabalhadores cristãos da Arquidiocese de Braga
Braga, 26 abr 2021 (Ecclesia) – A equipa da Liga Operária Católica – Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) da Arquidiocese de Braga promoveu uma semana dedicada ao «Precariado e suas implicações na vida das pessoas» e destacou que, apesar da esperança proporcionada pelas vacinas contra a COVID-19, surgiu a “pandemia do precariado”.
“A pandemia a dar sinais de ceder às vacinas da esperança, surge a pandemia do precariado, ainda recentemente debatida nas conferências da Nova Ágora, do Arcebispo de Braga, que ameaça a integridade das relações laborais e a vida familiar, onde a pobreza, a fome e a miséria têm de estender a mão à caridade”, lê-se nas conclusões desta semana, de 19 a 23 de abril, enviadas à Agência ECCLESIA.
Das comunicações de Fátima Almeida, Ulisses Garrido e Custódio Oliveiras e dos debates e reflexões que se lhes seguiram, a LOC/MTC da Arquidiocese de Braga realça que “as empresas fantasma, criadas por grandes empresas”, que se “aproveitam da situação de vulnerabilidade e obrigam os trabalhadores a dançar de contrato em contrato, até ao despedimento” e “as plataformas digitais são a concretização mais recente uberização do trabalho, deixando os trabalhadores entregues a si mesmos, perante a sua desresponsabilização empresarial, num claro retrocesso civilizacional”.
As casas familiares “foram invadidas pelo teletrabalho” e “os adultos são obrigados a trabalhar no sofá, na mesa da cozinha ou na mesa da sala e com os filhos pequenos por perto”, lê-se.
“Não queremos diabolizar o teletrabalho, mas este invadiu a privacidade familiar, proliferou a par do mercado selvagem e desregulado, isolando as pessoas, fora dos contatos entre profissionais”, lamenta a LOC/MTC da Arquidiocese de Braga.
O conceito de “empresa antissocial” é promovido e “boicota a negociação coletiva, subcontrata à hora, não reconhece os sindicatos e os seus representantes” e “o lucro é a sua divisa e recorre às transações das criptomoedas, que não pagam impostos e fogem ao descontrolo das autoridades”, alerta este organismo da Ação Católica.
A Liga Operária Católica – Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) da Arquidiocese de Braga assume-se como a “Igreja no mundo do trabalho” que tem “como prioridade a promoção da dignidade e igualdade entre homens e mulheres e o respeito pelos direitos conquistados”.
LFS