Cardeal-patriarca presidiu a celebração da Missa Crismal na Sé de Lisboa
Lisboa, 01 abr 2021 (Ecclesia) – D. Manuel Clemente pediu hoje a construção de uma “terra em que caibam todos”, com esforços “particulares e públicos” para uma humanidade comum, considerando que o “mundo global só sobreviverá assim”.
“Neste tempo difícil que vivemos almejamos uma terra em que realmente caibam todos, com a existência do que cada um requer, de companhia e cuidado, da conceção à morte natural. Este desígnio clama por solidariedade total, particular e pública, na humanidade comum”, afirmou o cardeal-patriarca durante a homilia da celebração da Missa Crismal que aconteceu esta manhã na Sé de Lisboa.
A celebração da Missa Crismal junta os sacerdotes de uma diocese em torno do seu bispo, onde os padres são convidados a renovar as promessas sacerdotais e são benzidos os óleos que vão ser distribuídos pelas comunidades para as celebrações dos vários sacramentos.
Dirigindo-se aos padres que junto dos bispos diocesanos renovaram as promessas sacerdotais, D. Manuel Clemente pediu “clareza de doutrina e estímulo permanente” para todos os que estão “na primeira linha dos problemas e da respetiva solução”.
Há quem preveja euforias depois de tempos tão pesados, há quem manifeste mais cautela e baixe a expetativa e prognóstico, há quem duvide que alguma coisa mude, além do aspeto sanitário. Seja como for, a nova normalidade terá de ser certamente mais capaz de todos e para todos. O mundo global só sobreviverá assim”.
O cardeal-patriarca de Lisboa quis lembrar e saudar “os muitos exemplos de solidariedade que sacerdotes, instituições e comunidades cristãs” desenvolveram e continuam a realizar, juntando-se aos esforços da sociedade para ajudar este tempo de “necessidades de toda a ordem, com doenças e solidões, com interrupções de trabalho e dificuldades de ensino, em confinamentos precários e tantas vezes sobrelotados”.
Aos padres, “o Espírito Santo configura-os a Jesus, confirma-os e anima-os com caridade pastoral, e coloca-os na Igreja como servidores do mundo e de todas as criaturas”, destacou.
“Com Jesus pensaremos noutro modo de ser sociedade, de viver e conviver, não só na quantidade que baste mas sobretudo na qualidade que humanize; mais justos dando a cada um o que lhe é devido, mais comedidos para não faltar a ninguém, mais educados para fruir sem desgaste e consumir sem desperdício, porque nada em nós começa e acaba. Viveremos em ação de graças cuidando da Criação inteira, não como donos, mas como administradores responsáveis e solícitos, para sustentar e salvaguardar um bem que seja realmente comum”, pediu.
A pandemia adiou e está a reconfigurou atividades previstas que tinham como objetivo a concretização das orientações do Sínodo diocesano de Lisboa, mas D. Manuel Clemente incitou à sua continuação: “Prossigamos”, exortou o cardeal-patriarca, para que “o ano da graça continue agora e com renovado empenho”.
D. Manuel Clemente saudou as iniciativas das comunidades e cristãos, chamados “a ser instrumentos de Deus aos serviço da libertação dos povos e de integração da sociedade”.
“A Palavra esclarece, a oração anima e a caridade realiza. Faltando um destes elementos, não chegaríamos a começar”, reconheceu.
Na Sé de Lisboa estiveram presentes os bispos auxiliares de Lisboa bem como parte dos padres diocesanos: “Não são muitos aqui em virtude das restrições que a pandemia impõe, mas estais por todos os outros”, lembrou o cardeal-patriarca de Lisboa.
LS