Jesuíta pede melhor catequese para encontrar a «Quaresma da alegria», depois da Páscoa
Lisboa, 02 abr 2021 (Ecclesia) – O padre Vasco Pinto de Magalhães afirmou que a ressurreição é o ponto de “partida” de um cristão, e não “um ponto de chegada”, e lamentou a catequese “pobre” no pós Páscoa, apontando para uma “Quaresma da alegria”.
“Claro que a preparação é importante, mas é tão importante quando a criança nasce. Todos os cuidados antes e depois já não é importante? Devia ser tão importante o percurso dos 40 dias depois do Domingo de Páscoa, como os para trás. Porque vivemos nesses 40 dias depois – esse é o nosso paradigma. O ponto de partida é a ressurreição, não o ponto de chegada”, explicou o padre jesuíta à Agência ECCLESIA.
O sacerdote lamenta que se invista na catequese de Quaresma, quando o importante seria criar condições para “acolher o Espírito Santo”.
“Nós caímos na tristeza da Quaresma mas a grande Quaresma é da Páscoa até à ascensão. Temos a via purgativa, iluminativa, mas importante é a via unitiva, que é a da semana santa, que é a da comunhão. Semana santa é um chamamento a viver em comunhão com Cristo que se transforma, que dá a vida por nós, e diz agora faz o mesmo. Esta catequese é muitas vezes muito pobrezinha”, lamenta.
O padre recorda um livro inspirador que leu, “em novo, nos primeiros tempos de jesuíta”, chamado «A Quaresma da Alegria», com uma proposta para os 40 dias depois da Páscoa até à festa da Ascensão.
O padre Vasco Pinto de Magalhães lembra que a vida é um “processo”, tal como indica o Papa Francisco, que coloca a ênfase “nos processos”, convida à alegria e à sua descoberta diária.
“O que conta não é o momento, mas o processo. E o processo é este. E a alegria é a força do processo. Como são as palavras do anjo a Nossa Senhora, alegra-te – «Avé, Deus está contigo», alegra-te. Renasce, recomeça”, incita.
Ao longo da Semana Santa, a Agência ECCLESIA propôs pequenas reflexões do padre Vasco Pinto de Magalhães para encontrar a alegria nestes dias a partir dos gestos de Jesus.
LS