Iraque: Papa vive dia de homenagem às vítimas da guerra e do terrorismo

Francisco ruma a norte, para visitar Erbil, Mossul e «enclave» cristão de Qaraqosh

Foto: AIS

Lisboa, 07 mar 2021 (Ecclesia) – O Papa dedica o terceiro dia da sua viagem ao Iraque às vítimas da guerra e terrorismo no país do Médio Oriente, rumando a norte para visitar Erbil, Mossul e a cidade cristã de Qaraqosh.

Um voo de 330 quilómetros levou o Papa de Bagdade a Erbil, capital do Curdistão iraquiano, considerada uma das cidades mais antigas do mundo.

Além de refugiados sírios, os acampamentos locais acolhem mais de meio milhão de deslocados internos do Iraque, que saíram das suas casas em fuga do autoproclamado Estado Islâmico.

O Papa foi recebido por D. Bashar Warda, arcebispo caldeu de Erbil, e D. Nizar Semaan, arcebispo dos sírios, além do presidente e primeiro-ministro da região autónoma, respetivamente Nechirvan Barzani e Masrour Barzani; o pontífice falou ainda com Masood Barzani, o histórico líder do Partido Democrático do Curdistão.

A breve passagem de Francisco por Erbil incluiu um encontro privado com os responsáveis políticos, no aeroporto local, antes de nova deslocação, até Mossul, a 85 quilómetros de distância.

Esta é a localidade situada junto à antiga cidade assíria de Nínive, citada pela Bíblia, e albergou dentro da Cidade Velha, ao longo de séculos, vários grupos étnicos, linguísticos e religiosos.

A situação foi alterada em 2014, após a ocupação do Daesh, que levou à fuga de mais de 120 mil cristãos; os fundamentalistas islâmicos devastaram a cidade, incluindo muito do seu património histórico e arqueológico, igrejas e o mausoléu do profeta Jonas, que segundo o Antigo Testamento teria sido enviado a Nínive por Deus.

Em Mossul, o Papa preside a uma oração de sufrágio pelas Vítimas da Guerra no ‘Hosh al-Bieaa’ (praça das igrejas), onde há quatro igrejas danificadas ou destruídas pelo Daesh, entre 2014 e 2017, pertencentes à comunidade siro-católico, arménio-ortodoxa, siro-ortodoxa e caldeia (rito católico do Oriente).

A celebração vai contar com testemunhos de um muçulmano sunita e uma religiosa católica, antes da oração do Papa e da inauguração de uma lápide em memória das vítimas.

Foto: AIS

Francisco segue depois para Qaraqosh, visitando a principal cidade cristã do país, 32 quilómetros a sudeste de Mossul.

Antes da invasão do Daesh, a cidade tinha mais de 50 mil habitantes, com mais de 90% de cristãs; o autoproclamado Estado Islâmico destruiu casas, igrejas, a biblioteca e outros edifícios.

Entre os edifícios que estão a ser reconstruídos encontrar-se a maior igreja cristã do Iraque, a Catedral de Al-Tahira, da Imaculada Conceição.

O Papa vai ser acolhido nesta igreja pelo Patriarca Inácio III Younan, da Igreja siro-católica, e os responsáveis locais, para ouvir testemunhos de dois católicos, antes do seu discurso e da recitação da oração do ângelus.

Francisco almoça em privado no Seminário de São Pedro, em Erbil, o único que permanece aberto no Iraque, com 14 estudantes.

Ainda em Erbil, último evento público da viagem é também aquele que prevê uma maior participação: a Missa no Estádio Franso Hariri.

Este é o único momento da visita em que Francisco se desloca em papamóvel, saudando milhares de participantes – apesar da lotação limitada por causa da pandemia.

A celebração vai contar com a exposição da imagem de Nossa Senhora de Karemlesh, vandalizada pelos terroristas do Estado Islâmico; da mesma localidade chega uma cruz construída a partir da madeira queimada numa igreja, destruída pelos terroristas do Deash.

OC

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Agência ECCLESIA

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