Covid-19: Padre António Castanheira assinala que ausência dos sacramentos «traz dificuldades pastorais futuras»

Experiência paroquial na região de Abrantes mostra que há etapas de um percurso que não estão a ser vividas

Igreja de São Vicente; Foto Município de Abrantes

Abrantes, 18 fev 2021 (Ecclesia) – O administrador paroquial de São Vicente e São João, no arciprestado de Abrantes, disse que a ausência da celebração dos sacramentos “traz dificuldades pastorais futuras”, numa análise ao acompanhamento pastoral no contexto da pandemia Covid-19.

“Está a ser muito difícil a celebração dos sacramentos e particularmente os celebrados em ambiente de catequese. O ano que passou não houve praticamente nada e, em 2021, vamos pelo mesmo caminho”, explicou o padre António Castanheira.

O administrador paroquial das paróquias de São Vicente e São João, no arciprestado de Abrantes, na Diocese de Portalegre-Castelo Branco, acrescentou que “não se está a conseguir concretizar” as celebrações que se deviam realizar em determinada fase da vida, o que “traz dificuldades pastorais futuras”.

A 21 de janeiro, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) anunciou a suspensão das celebrações “públicas” da Missa, da catequeses e outras atividades pastorais que “impliquem contacto, até novas orientações”, a partir de 23 de janeiro, na sequência do agravamento da pandemia de Covid-19.

No âmbito da catequese, o padre António Castanheira assinala ainda que “é mais difícil” sobretudo na primeira infância, porque é necessário serem “muito acompanhados pelos pais e pelos educadores” em casa, enquanto nos adolescentes e nos jovens “há uma maior autonomia e capacidade de resposta” na catequese através dos meios online.

Sobre a suspensão comunitária das celebrações, o administrador paroquial de São Vicente e São João, no arciprestado de Abrantes, explica que tem sido muito diverso o acompanhamento das pessoas no último ano, no contexto da pandemia, por que “depende muito da vida e história de cada pessoa”.

“Há pessoas para quem está a ser insuportável. Este ambiente de não presença no culto tem sido uma dor imensa, e depois há outras pessoas que com muita naturalidade acolhem esta realidade de limitação”, acrescentou.

As celebrações comunitárias já tinham sido suspensas em março de 2020, na primeira vaga da pandemia, situação que se prolongou até ao final de maio desse ano.

O padre António Castanheira, que está em Abrantes há um ano e meio, recorda que, “na reabertura em maio”, naturalmente “acorreram todas”, com todos os cuidados por causa da pandemia.

As pessoas continuam em oração e têm outras formas de comunicar que “foram aprimoradas, ainda não estão perfeitas”, sobretudo através das redes sociais.

“Se por um lado havia as transmissões televisiva das celebrações da Eucaristia, o que estamos a perceber é que as pessoas preferem muito mais, ainda que não tão perfeita do ponto de vista do canto, do desenvolvimento da liturgia, a sua identidade com o sacerdote que estão habituados”, explica.

Para o padre António Castanheira, tem sido “admirável” e muito evidente, na zona pastoral onde se encontra, as pessoas aderirem e quererem “a transmissão em direto” das celebrações nas plataformas onde hoje são possíveis e “essa adesão ao seu local de identidade de culto”.

O sacerdote é também o ecónomo diocesano de Portalegre-Castelo Branco e o diretor do Seminário São José em Alcains que, a partir desta sexta-feira, é um centro de vacinação Covid-19.

“A Igreja quer colaborar com as autoridades, com a necessidade humana de superarmos esta realidade”, destacou o padre António Castanheira em declarações à Agência ECCLESIA.

CB

 

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