Padre Nelson Fernandes realça que estão disponíveis para todas as pessoas
Mora, 27 jan 2020 (Ecclesia) – O padre Nelson Fernandes disse que os cinco sacerdotes da Arquidiocese de Évora disponíveis para conversar por telefone, neste novo confinamento, querem “fazer com que as pessoas não se sintam sós”.
“São número pequenos, têm vindo a crescer, mas as partilhas são mesmo profundas, é mesmo a necessidade de desabafo, de sentir a presença, e, ao mesmo tempo, que estão a falar com alguém que não as vai julgar”, explicou o sacerdote, em declarações à Agência ECCLESIA.
O padre Nelson Fernandes acrescentou que o objetivo é que as pessoas telefonem para alguém que “não as conhece” e as conversas podem ser “sem fronteiras, sem muros, sem barreiras e sem preconceitos” para partilharem “tudo o que as vai sufocando, comprimindo o seu espírito e modo de estar”.
“Têm sido conversas muito fluentes e interessantes, histórias de vida, algumas são partilhas de como está este tempo, outras é mesmo direção espiritual que procuram rumo, fazem perguntas, procuram respostas, e nesse sentido também procuramos ajudar”, desenvolveu sobre o serviço que começou no domingo, tendo atendido mais de 10 pessoas.
Os cinco sacerdotes – Alessandro Cont, João Luís Silva, Mário Tavares, Nelson Fernandes e Tarasse Goyvaenyuk – partilharam os números de telemóvel pessoal e estão disponíveis para todas as pessoas que telefonem à procura de direção espiritual ou para uma conversa neste novo confinamento, e “estar próximos, fazer com que as pessoas não se sintam sós”, das 10h00 às 22h00.
“Para dar uma resposta sentida tenho de colocar-me na pele da pessoa, no lugar dela, e entra a compaixão, não é ter pena, é sofrer com o outro, é colocar-me no lugar do outro, é sentir a dor do outro. Só colocando a questão dessa pessoa na minha vida posso ajudar a encontrar um caminho, a redirecionar-se”, desenvolveu.
Segundo o padre Nelson Fernandes, este serviço e disponibilidade destaca-se de outros também de escuta “principalmente pela vertente e vivência espiritual” de cada um dos cinco sacerdotes e também pela “experiência pastoral nas suas paróquias”.
“Muitas vezes as histórias de pessoas muito diferentes cruzam-se, entrelinham-se, e de uma experiência podemos apontar o caminho para o outro. O conhecimento bíblico que temos também ajuda a propor um texto espiritual e mesmo bíblico para aquela situação em concreto”, explicou o entrevistado.
“Em tudo o que é falado, o sigilo é absoluto”, acrescentou.
Não fechamos nem limitamos o grupo apenas aos diocesanos de Évora, é para todo o homem e mulher de boa vontade, não só católicos, todos aqueles que queiram. Para dar a entender ainda mais a nossa universalidade: É ser para todos, estar ao serviço de todos, chegar ao máximo de pessoas possível”.
Em abril de 2020, durante o primeiro confinamento, a Arquidiocese de Évora criou uma linha telefónica de acompanhamento espiritual; agora, as pessoas telefonam diretamente para um dos sacerdotes e no cartaz, que tem uma fotografia de cada, podem ver “o rosto com quem estão a falar e até escolhem”.
O padre Nelson Fernandes explica também que estes sacerdotes têm alguém que os ouve e com quem conversam, “o diretor espiritual, o confessor, outros padres amigos e até leigos”.
CB/OC