D. Manuel Clemente pede atenção à natureza, para evitar novas pandemias
Lisboa, 25 dez 2020 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa prestou homenagem aos profissionais de saúde que enfrentaram a pandemia, em Portugal.
Durante a homília da Missa de Natal, D. Manuel Clemente lembrou todos os que se “desdobram no tratamento dos doentes”, os responsáveis de vários setores se “mantêm vigilantes e ativos para que a vida de todos se mantenha segura e sustentável” e os cuidadores que dos idosos que não podem receber visitas.
O responsável católico recordou ainda os “refugiados e imigrantes forçados que têm inegável direito de ser acolhidos e respeitados em qualquer lugar onde cheguem”.
No final da Missa, em declarações aos jornalistas, D. Manuel Clemente declarou que “o problema ecológico” tem de ser levado “muito a sério”, considerando mesmo ser uma “questão prioritária” para que a natureza se possa recuperar e evitar novas pandemias.
“O problema ecológico é um problema para levar muito a sério”, referiu.
Para o cardeal-patriarca, citado pela Lusa, a humanidade tem de lutar para que “as coisas não se degradem, antes pelo contrário, para que a natureza se recupere, que não haja mais pandemias e outros problemas que nascem aí, numa ecologia maltratada”.
“Se nós não cuidarmos com mais prontidão na nossa relação com a natureza, em geral, depois desta poderão vir outras e ficaremos todos menos bem guardados”, advertiu.
Questionado sobre as palavras do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sua mensagem de Natal, em que apelou a “um consenso alargado” para enfrentar a pandemia económica e social que irá dominar 2021, quando a pandemia “se for esbatendo”, D. Manuel Clemente recordou a solidariedade a que se vem assistindo desde o aparecimento do coronavírus.
“Tudo aquilo que tem sucedido e felizmente acrescentado desde março em termos de solidariedade, não só na redobrada eficácia e presenças dos serviços dos profissionais dos diversos setores que mais diretamente respondem à pandemia, quer até da população em geral, com iniciativas muito bonitas da parte de gente mais nova e de gente mais idosa, de vizinhanças reencontradas, de apoio prestados de gratuitidade maior, eu creio que tudo isto nos vai garantir para o futuro uma maneira mais solidária, mais próxima e mais capaz de enfrentar os problemas”, apontou.
Para o cardeal-patriarca, o país tem “realmente muitos problemas pela frente”, muitos deles causados pelo “isolamento forçado, que teve mesmo de ser assim, de tanta gente, sobretudo, de mais idade”, que deixa “mazelas” não só na mente, mas também no coração e no afeto.
O desemprego causado pela pandemia é “um enorme problema” que agora se levanta, salientou, defendendo que “são tantas as frentes de combate” que “só uma solidariedade reforçada como aquela que se foi ganhando nestes meses no pode garantir um bom futuro”.
OC
Homilia do cardeal-patriarca de Lisboa na Missa do Dia do Natal