Mensagem de D. Manuel Clemente lembra os que estão «na primeira linha» do combate à Covid-19 e aponta para «o modo divino de ser e acontecer neste mundo»
Lisboa, 14 dez 2020 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa afirmou na Mensagem de Natal que o nascimento de Jesus em Belém mostra “o modo divino de ser e acontecer neste mundo” e responde aos problemas que decorrem da atual pandemia.
“Eu creio que este significado autêntico do que aconteceu em Belém e que nós celebramos a cada 25 de dezembro também responde à atual situação que a pandemia nos trouxe, com tantas consequências, não só no campo da saúde, com a sobrecarga do nosso sistema para responder a um desafio tão grande, mas em todo o lado: no emprego, na escola, no desporto, na cultura”, disse D. Manuel Clemente.
Na Mensagem de Natal divulgada esta noite pelos meios de comunicação social, o cardeal-patriarca referiu que o nascimento de Jesus num “sítio tão pobre” e sendo “aparentemente tão pouco” ganhou uma grande repercussão.
“Para crentes e não crentes, esta realidade diz-nos que para respondermos a grandes desafios, temos que começar pelas pequenas coisas. É do pouco que se vai ao muito, é do perto que se vai ao longe”, afirmou.
“O que ali aconteceu, naquela gruta, naquele presépio, tão pequeno que era, teve tal força que se impôs, como se impõe agora, com uma mensagem que nós não sentimos antiga, sentimo-la de agora”, referiu.
O cardeal-patriarca apelou ao acolhimento da “lição” do Natal “em cada família, em cada estabelecimento de saúde, em cada lugar de ensino, em cada mundo empresarial, em cada comunidade, seja onde for”.
“Para respondermos a grandes desafios, comecemos por aquilo que é mais pequeno e que é mais próximo, em cada pessoa que se apresenta, em cada problema que temos que enfrentar”, afirmou.
D. Manuel Clemente lembrou que “a porta para o futuro está em cada presente”, na resposta aos problemas que estão diante de cada um, no quotidiano.
Na mensagem divulgada esta noite, o cardeal-patriarca refere que “este Natal é especial” e deixa uma “saudação a todos aqueles que estão na primeira linha do combate a esta pandemia, no sistema de saúde, nas famílias e em tantas outras instâncias onde se procura responder a tão grande desafio”.
D. Manuel Clemente refere também as “restrições especiais” na maneira de celebrar o Natal, este ano, que podem ser a ocasião para “chamar a atenção para o que é essencial nesta data”, sendo “verdadeiramente uma comemoração do que aconteceu há dois mil anos”.
PR
Na Missa do Galo, o cardeal-patriarca referiu que “o presépio onde Jesus nasceu pode ser agora a cama de um hospital ou o leito doméstico de um doente”, neste ano marcado pela pandemia de Covid-19.”Celebremos verdadeiramente o Natal”, pediu D. Manuel Clemente, na celebração a que presidiu na Catedral de Lisboa.
“Celebremo-lo sem passar depressa demais pelas palavras e pelo difícil contexto em que o fazemos este ano, tão marcado pela pandemia e as suas consequências, no campo da saúde, do trabalho e da vida em geral”, acrescentou. |