Igreja: Trabalhadores cristãos pedem compromisso pelo reconhecimento da «dignidade» de todos os migrantes

Mensagem «Qual é a nossa responsabilidade humana e cristã na vida de um migrante?» assinala Dia Internacional do Migrantes

Lisboa, 15 dez 2020 (Ecclesia) – A Liga Operária Católica – Movimento de Trabalhadores Cristãos pede compromisso para combater as “injustiças” que os migrantes sofrem, uma situação exponenciada pela pandemia da Covid-19.

“As nossas lealdades confecionais devem ser interpeladas pelas realidades em que nos encontramos. Devemos libertar-nos dos laços institucionais. A migração é uma das muitas expressões de marginalização que afeta os pobres. A razão principal é que, devido à sua natureza forçosa e à injustiça que representa, a migração exige de nós um compromisso para lutar contra ela, em nome do Deus livre”, pode ler-se numa mensagem do Movimento Mundial dos Trabalhadores Cristãos enviada à Agência ECCLESIA.

A LOC/MTC refere que “uma das missões vitais” dos católicos é a “solidariedade com os mais débeis e com os que sofrem” socialmente.

“A pandemia recordou-nos que o essencial é a corresponsabilidade e que só com a contribuição de todos, mesmo daqueles grupos frequentemente tão subestimados, poderemos enfrentar esta crise. Aproximar-se dos outros costuma significar estar disposto a correr riscos, como nos ensinaram tantos médicos durante esta pandemia”, sustenta o movimento.

A “virulência, gravidade e extensão geográfica” da pandemia, desencadearam “outras emergências humanitárias” que afetaram “milhões de migrantes e suas famílias, relegadas para o fim dos programas políticos nacionais onde os esforços internacionais urgentes são essenciais para salvar vidas”.

“O apoio aos migrantes é particularmente vital nestes momentos em que o mundo se encontra no meio de deslocações forçadas a nível mundial, provocados pela pandemia de Covid-19. Devemos continuar a apostar no amor pelo próximo para combater a crescente cultura de usar e deitar fora que despreza a dignidade humana dos migrantes”, apelam os trabalhadores cristãos.

Imagem: LOC/MTC

A ONU instituiu, em 2000, o dia 18 de dezembro como o Dia Internacional dos Migrantes.

A mensagem intitulada «Qual é a nossa responsabilidade humana e cristã na vida de um migrante?», escrita pelo Movimento do Sri Lanka e ratificada mundialmente, lembra a dignidade humana de cada pessoa, reconhecida, não pelo local de origem das pessoas, mas “por Deus”.

“Reflete o apelo que nos é feito como pessoas de fé para acolher os nossos irmão e irmãs, promover o seu bem-estar, protegê-los da crueldade e da indiferença desumana e ajudá-los a integrar-se na nossa comunidade”, sublinha o documento.

A trajetória para procurar “um ligar”, noutro país, acontece pela ausência de dignidade nos locais de origem, uma vez que, indicam, “a migração forçada não está no horizonte nem na vontade de Deus”.

“Temos que nos focar nos problemas dos migrantes partindo do ponto de vista da humanidade, de cuidar e caminhar com os nossos irmãos e irmãs que participam na defesa efectiva para salvaguardar a dignidade humana perante esta crueldade moderna. Apoiemos os nossos irmãos e irmãs migrantes para os ajudar a saber que em Cristo eu sirvo os mais pequenos dos meus irmãos e irmãs”, finalizam os trabalhadores cristãos.

LS

 

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Agência ECCLESIA

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