Crise no Médio Oriente sem fim à vista “A profanação da vida. A profanação da Terra Santa” é o título que domina a primeira página da edição de 21 de Julho do jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano. O conflito entre Israel e o Líbano continua a preocupar a Igreja Católica, que tem lançado sucessivos apelos ao cessar-fogo e ao envio de ajuda imediata para as populações atingidas, que vivem na iminência de uma crise humanitária. O artigo de capa do Osservatore Romano sublinha que “as bombas profanam a vida, matando sem distinção militares e civis”. “Profanam a Terra Santa, os lugares onde o Verbo se fez Homem”, acrescenta. Para o jornal do Vaticano, “acabar com estas profanações é tarefa da diplomacia internacional e dos organismos encarregados de gerir as crises”, pedindo que seja respeitado “o valor absoluto da pessoa humana e o seu direito a viver e a rezar nos lugares da Revelação”. O oitavo dia de bombardeamentos sobre a Galileia atingiu a cidade de Nazaré, onde os Evangelhos referem que Jesus passou grande parte da sua vida. Duas irmãs, de 3 e 9 anos, foram atingidas mortalmente, destaca o jornal. Um outro míssil explodiu perto da Basílica da Anunciação, um lugar de grande importância para o Cristianismo. A violência dos últimos dias, opondo o Hezbollah a soldados israelitas, deixa adivinhar que o conflito se poderá prolongar no tempo. Os ataques aéreos de Israel ao Líbano já mataram cerca de 300 pessoas. Na sequência da captura de dois soldados israelitas pelo Hezbollah, já foram mortos, na guerra que então se gerou, 29 soldados israelitas. Bento XVI interveio hoje para apelar a uma jornada de oração, no próximo Domingo, pelo cessar-fogo imediato na região. Em comunicado oficial, o Papa deixa claro que “os libaneses têm o direito de ver respeitada a integridade e a soberania do seu País, os israelitas têm direito de viver em paz no seu Estado e os palestinianos têm direito a ter a sua Pátria, livre e soberana”.