Médio Oriente: Fundação Ajuda à Igreja que Sofre apela à solidariedade com o Líbano

Catarina Martins Bettencourt destaca adesão dos benfeitores portugueses

Lebanon
Foto: Lusa/EPA

Lisboa, 17 nov 2020 (Ecclesia) – A diretora do secretariado português da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) apelou à solidariedade com a população do Líbano, ainda a recuperar das explosões de agosto em Beirute, num momento em que se aproximar novas dificuldades, por causa do inverno.

“O Líbano é um país muito frio nesta altura do ano, a casas mais próximas (da explosão) ficaram sem janelas, sem portas, e é preciso recuperar o mínimo para as pessoas e depois pensarmos pós-inverno numa recuperação ainda mais aprofundada”, explicou Catarina Martins Bettencourt, em entrevista à Agência ECCLESIA.

A diretora do secretariado português da AIS explica que para além das casas, é preciso recuperar também os templos, e, por exemplo, “ajudar a recuperar” um hospital “que ficou praticamente destruído” de um congregação religiosa para “ajudar a comunidade que precisa de cuidados médicos”.

A 4 de agosto uma explosão no porto de Beirute, a capital do Líbano, provocou vários mortos, milhares de feridos e elevados danos materiais.

Catarina Martins Bettencourt adianta que “uma primeira ajuda foi de emergência”, com a organização católica a a “ajudar algumas congregações que estavam no terreno a alimentar famílias”.

“Foram cerca de cinco mil no início e, neste momento, o que nos pedem é também ajuda de recuperação, reconstrução de algumas casas para as pessoas puderem enfrentar o inverno”, sublinha.

O Líbano “já era um dos países prioritários” para a AIS e com as explosões “aumentou este grau de prioridade e grau de ajuda”, por isso, todos os países onde está presente a fundação pontifícia “estão mobilizados nestas campanhas porque é preciso um esforço muito grande”.

“Os portugueses continuam a ser muito solidários apesar das dificuldades, apesar de também estarem a passar por momentos difíceis, mas continuam solidários e esta questão do Líbano tocou muito a comunidade portuguesa”, destaca Catarina Martins Bettencourt, a respeito dos benfeitores da fundação pontifícia.

A diretora do secretariado português da Ajuda à Igreja que Sofre alerta que as “coisas continuam muito graves” e a situação no Líbano “tem-se agravado de dia para dia”.

“Com tudo o que tem acontecido no mundo, muitas vezes, temos tendência para esquecer tudo o resto, mas a tragédia continua, as necessidades continuam a ser muito grandes. Não nos podemos esquecer que estamos a chegar ao inverno, estes milhares de pessoas que ficaram sem casa estão a necessitar da nossa ajuda”, desenvolveu.

No programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP 2, a responsável lembrou que o Líbano “era um exemplo para a região” com o poder dividido nos principais órgãos do Estado “entre cristãos, muçulmanos xiitas e sunitas” e esta partilha de poder fez com que “este país seja exemplo para a região” da forma como podem “conviver as várias religiões”.

“Com este aumento do número de refugiados tem havido um maior desequilíbrio nestas percentagens das comunidades e, neste momento, a comunidade cristã diminuiu bastante, também há muitos que estão a sair e com esta explosão a comunidade cristã ainda está mais a sair”, acrescenta, adiantando que a explosão aconteceu muito próxima dos bairros cristãos e a “percentagem dos 30% para cada comunidade está a ficar desequilibrada”.

Catarina Martins Bettencourt destaca que “esta ajuda é vital” porque precisam que o Líbano “continue a ser este exemplo para o resto do Médio Oriente” e perceber que mesmo com dificuldades “é possível viver todos juntos e é possível partilhando o poder e tomar parte das decisões do país, com este equilíbrio das várias religiões mais presentes”.

HM/CB/OC

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Agência ECCLESIA

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