Igreja tenta desenhar família do futuro

Congresso teológico-pastoral no EMF aborda «crise sem precedentes» da instituição familiar Apesar do clima de luto que se vive em Valência, os trabalhos do V Encontro Mundial da Família continuam, procurando desenhar um futuro para a instituição familiar, ameaçada por uma crise “sem precedentes”. Esta ideia de fundo marcou a intervenção do Cardeal Carlo Cafarra, Arcebispo de Bolonha, que inaugurou o Congresso teológico-pastoral sobre a família, perante mais de duas mil pessoas. Criticando particularmente os que se propõem equiparar qualquer forma de união ao matrimónio, o Cardeal Cafarra lamentou os efeitos de uma “cultura laica” em relação à família, visível numa resolução do Parlamento Europeu que convida os Estados-Membros a equiparar matrimónios e uniões homossexuais. Para o Arcebispo de Bolonha, este é um “momento obscuro” que resulta de uma “falsa concepção da laicidade do Estado”. Perante este clima de laicismo, o Cardeal italiano considera que a família, na Europa, se arrisca a ficar à mercê de “contratos de egoísmos”, pelo que é necessário educar as novas gerações. A Igreja, afirmou, tem um papel essencial na “reconstrução de uma forte união educadora, dentro e fora das famílias”. Xavier Lacroix, decano da Faculdade de Teologia da Universidade de Lyon (França), falou, em seguida, sobre a família e o primado da fé no mundo secularizado. Para este especialista, a fé “garante a solidez que o sentimento, por si só, não pode dar” à família e ao matrimónio. No início do acto de inauguração do Congresso, o Cardeal López Trujillo dirigiu una oração pelas vítimas do acidente no Metropolitano de Valência. “O Papa e toda a Igreja participam nesta dor, mas com a luz aberta da esperança na vida eterna”, afirmou o presidente do Conselho Pontifício para a Família, cuja conferência foi cancelada para facilitar a participação dos presentes na cerimónia fúnebre, na Catedral de Valência. O Congresso reúne Cardeais, Bispos, teólogos, fundadores de movimentos eclesiais, médicos, psicólogos, políticos, jornalistas e representantes pastorais da Alemanha, França, Inglaterra, China, Filipinas, Índia, Estados Unidos, Colômbia, Cuba, Tanzânia, Camarões ou Austrália, entre outros países. Os especialistas analisarão a família em sua relação com aspectos sociais, educativos, legislativos, demográficos, económicos, jurídicos ou bioéticos. Do mesmo modo, representantes de diversas confissões cristãs, como a católica, a ortodoxa ou a evangélica, contribuirão com a sua reflexão sobre a família desde um ponto de vista ecuménico. Além disso, dentro do EMF, também se estão a realizar o “Congresso dos Filhos”(de 16 a 25 anos de idade) e o “Congresso dos Avós”, onde se abordarão os desafios actuais da juventude e o papel dos avós na sociedade, respectivamente.

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