Religioso franciscano defende «bom senso» e «criatividade» para encontrar formas alternativas de viver o luto
Lisboa, 02 nov 2020 (Ecclesia) – Frei Hermínio Araújo, religioso franciscano, disse à Agência ECCLESIA que a celebração de um dia de luto nacional e homenagem a todos os falecidos, em especial às vítimas da pandemia da Covid-19, que já provocou 2590 mortes.
“É muito importante este dia de luto nacional para nos sensibilizarmos todos para a realidade”, destaca o convidado desta semana no novo ciclo ‘Conversas do Silêncio’, que decorre ao longo de novembro, com atenção às temáticas do luto e do sofrimento.
Esta jornada de luto, destaca o entrevistado, acontece num ciclo “muito significativo” para os católicos, contexto da festa de Todos os Santos (1 de novembro) e da comemoração dos Fiéis Defuntos (2 de novembro), celebrações que se “completam”, pela “comunhão espiritual com os santos” de cada família e cada casa.
Frei Hermínio Araújo admite que os rituais de luto decorrem sobretudo na experiência mais privada, familiar, mas também é importante que se proporcionem “grandes rituais de luto”, com dimensão coletiva.
“Ainda que não se faça grande coisa, exteriormente, estamos todos na mesma linha, em sintonia, porque todos estamos em luto”, acrescenta.
O frade franciscano, que tem acompanhado famílias em contexto de luto e da saúde paliativa, pede ainda um discurso que não se limite às restrições.
Frei Hermínio Araújo propõe “bom senso” e “criatividade” para encontrar formas alternativas de viver o luto, que é “fundamental”.
“Nestes dias, tantos nos disseram tudo aquilo que não podemos fazer, mas é importante que nos centremos em todas as possibilidades do que pode acontecer. Por exemplo, hoje ou nos próximos dias”, aponta.
No mês de novembro, a Agência ECCLESIA apresenta as ‘Conversas do Silêncio’, publicadas online pelas 17h00 e emitidas no programa Ecclesia, na Antena 1 da rádio pública, pelas 22h45, de segunda a sexta-feira.
OC