Seminários: «Um jovem é o melhor missionário de outro jovem» – padre Hélder Alexandre, Diocese de Angra (c/vídeo)

Pandemia obrigou a adaptação nas iniciativas, com limitações ao encontro entre jovens de várias ilhas

Angra do Heroísmo, Açores, 02 nov 2020 (Ecclesia) – O reitor do Seminário Episcopal de Angra afirmou que a pandemia está a dificultar o trabalho de acompanhamento vocacional na diocese açoriana, apesar de em cada ilha haver um responsável no terreno e de procurarem manter-se presentes nas plataformas digitais.

“Tentamos fazer um trabalho interligado com as diversas ilhas, porque a realidade açoriana é muito particular; cada ilha tem a sua realidade e sobretudo, em São Miguel, temos uma equipa a trabalhar no terreno com uma dezena de jovens que os acompanha diretamente”, explicou o padre Hélder Alexandre à Agência ECCLESIA.

Num contexto normal, as aulas seriam interrompidas esta semana no Seminário Episcopal de Angra e os seminaristas iriam viajar entre as nove ilhas, multiplicando visitas a escolas, reuniões de jovens, comunidades paroquiais e encontros de catequese.

Com a pandemia da Covid-19 e por questões de segurança tudo teve de ser cancelado porque, “apesar de a situação não ser tão grave como no continente”, há que manter a cautela.

“O melhor missionário de um jovem é outro jovem, consegue uma proximidade que eu não consigo. Embora procuremos ter uma linguagem simples e um testemunho bom não há dúvida que o trabalho feito pelos seminaristas tem sido o segredo para ter várias vocações”, regista o reitor, referindo as últimas seis ordenações sacerdotais na diocese e as três que perspetiva para este ano.

Enquanto a pandemia não acalma, o trabalho é perspetivado recorrendo “às tecnologias e aos meios online”, para permanecerem “junto dos mais jovens e das comunidades”.

Sobre o acompanhamento espiritual à distância o padre Hélder não sabe medir o seu uso.

“Já usei em algumas situações concretas. Claro que fazer um acompanhamento de direção espiritual via Internet tem os seus perigos e não me parece uma solução ordinária. Pode ser extraordinária, momentânea, para um aspeto que o jovem sinta. Às vezes é necessário, mas ordinariamente penso que não é o ideal. Mas estando num tempo em que tudo é extraordinário, temos de inventar”, reconhece.

Ao longo da semana dos Seminários, que teve início no dia 1 de novembro, o reitor do Seminário de Angra, indica a recomendação dada a toda a comunidade – “intensificar a oração”.

“Convidei todos os responsáveis vocacionais em cada ilha a desencadearem iniciativas semelhantes no sentido de intensificarem a oração. Vamos tentar estar presentes, sobretudo em catequeses, sempre com grupos restritos, sei que nas comunidades paroquiais vamos estar presentes nas eucaristias e nas aulas de EMRC parece-me ser possível chegar. Mas estamos muito limitados e vamos tentar”, explica.

O responsável reconhece que a semana dos Seminários é sempre uma “semente” plantada, que com a ajuda da “jovialidade e alegria” dos seminaristas produz “fruto”.

“Isto é uma verdadeira missão e o facto de sermos uma diocese com Seminário próprio e aulas internas, permite gerir estas situações e que sejam eles com a linguagem própria de hoje”, indica.

Mas o padre Hélder Alexandre deixa o alerta para uma tarefa que compete a toda a Igreja e não a equipas vocacionadas na pastoral: “Se pensarmos bem, todo o trabalho pastoral é vocacional porque vai ao encontro do percurso de cada um, vai ao encontro da resposta comprometida com cada um. É essencial que todos assumam a vocação como essencial”, finaliza.

LS

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Agência ECCLESIA

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