«Ninguém foi batizado como padre ou bispo», afirma na Rede Mundial de Oração do Papa
Cidade do Vaticano, 08 out 2020 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou que «hoje, é especialmente necessário ampliar os espaços com presença feminina relevante na Igreja», na sua intenção de oração para o mês de outubro, lançada esta quinta-feira através das plataformas digitais.
“Rezemos para que, em virtude do batismo, os fiéis leigos, em especial as mulheres, participem mais nas instâncias de responsabilidade da Igreja, sem cair em clericalismos que anulam o carisma laical”, pede n’O Vídeo do Papa’ do mês de outubro.
Em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, pela Rede Mundial de Oração do Papa (RMOP), ligada aos Jesuítas, a quem são confiadas as intenções mensais, Francisco explica que se deve promover a “integração das mulheres em lugares onde são tomadas decisões importantes”.
“Hoje, é especialmente necessário ampliar os espaços com presença feminina relevante na Igreja. E nesta presença laical, deve-se sublinhar o feminino, pois as mulheres costumam ser deixadas de lado”, destaca.
Neste mês dedicado na Igreja Católica às missões, o Outubro Missionário, o Papa Francisco assinala que “ninguém foi batizado como padre ou bispo” e explica que todos foram “batizados como leigos” e os leigos e as leigas “são protagonistas da Igreja”.
O diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, recorda que “desde 2013 muito foi feito, mas muito mais deve ser feito” e sobre o vídeo com a intenção de oração deste mês, realça que “pelo batismo todas são chamados a anunciar e servir com fidelidade o Evangelho de Jesus Cristo e a ser discípulos missionários do Senhor”.
“Entre os fiéis leigos, as mulheres foram consciente e inconscientemente rebaixadas a um nível inferior. Como recordou Francisco em ‘Querida Amazónia’, muitas mulheres, impelidas pelo Espírito Santo, mantêm a Igreja de pé, em muitas partes do mundo, com admirável dedicação e fervorosa fé”, desenvolveu o padre Frédéric Fornos.
A subsecretária para os Fiéis Leigos observa que o Papa começa o vídeo a falar sobre o batismo que “é muito importante” porque permite compreender que “o desejo de ter uma maior participação dos leigos – e em particular das mulheres – nas instâncias de responsabilidade da Igreja não deve ser interpretado como se fosse uma operação sociológica” ou para querer garantir “uma distribuição de poder entre mulheres e homens, entre leigos e clérigos”.
“Não se trata de uma demanda de espaço para obtenção de cargos. Se, de fato, tomamos consciência do sentido do nosso batismo, compreendemos o nosso lugar na Igreja, que, para tal, não pode renunciar às contribuições específicas dos leigos, das mulheres, que por vocação são parte constitutiva dela”, desenvolveu Linda Ghisoni.
‘O Vídeo do Papa’ é realizado pela Rede Mundial de Oração do Papa e pode ser visto no sítio online oficial, através do canal no Youtube e na rede social Facebook.
CB
Vaticano: «As mulheres são protagonistas de uma Igreja em saída» – Papa Francisco