«Enquanto a catequese não começar nas nossas paróquias, parece que a vida não é retomada» – D. Manuel Quintas
Faro, 17 set 2020 (Ecclesia) – O bispo do Algarve afirmou que a Igreja não pode “cruzar os braços e esperar” que a pandemia passe e sublinhou que, até o início da catequese nas comunidades católicas, vai ficar a impressão de que falta algo.
“Estou convencido que enquanto a catequese não começar a funcionar nas nossas paróquias parece que a vida não é retomada. Enquanto este setor da pastoral não começar a funcionar, parece que as comunidades estão sempre em confinamento, a meio gás, hesitantes. Compreendo que os pais tenham receio, os idosos também têm receio. Temos de ser compreensivos”, disse D. Manuel Quintas à Agência ECCLESIA.
O bispo do Algarve assinala a importância de “toda a ação numa paróquia”, ação que está ligada ao serviço da catequese – crianças, adolescentes, jovens, também a catequese de adultos.
D. Manuel Quintas salienta que a diocese vai “responder”, vai encontrar-se, “seguindo em tudo aquilo que são as orientações e as normas de evitar o contágio” da Covid-19.
“Temos de continuar a caminhar, conscientes destas nossas limitações, destas nossas dificuldades, mas sabendo que como Igreja, com família que constituímos, temos que saber viver de maneira diferente também do ponto de vista religioso tendo em conta o que esta pandemia nos pede e nos exige”, desenvolveu.
Neste contexto, o bispo do Algarve exemplifica que vão “celebrar o Dia Diocesano dos Jovens”, no primeiro sábado de outubro, na igreja de São Pedro do Mar, em Quarteira, com os devidos distanciamentos.
Vamos celebrar dentro do que nos é possível, com distâncias, máscaras, e para eles também se sentirem corresponsáveis naquilo que é a nossa ação comum na defesa mútua deste vírus e sobretudo não se sintam abandonados, esquecidos, desencorajados”.
D. Manuel Quintas adianta também que vão celebrar a “Missa de abertura do ano académico”, mais uma vez para que os jovens não se sintam “abandonados do ponto de vista eclesial e pastoral, e a Assembleia Diocesana do Algarve – que “reunia 350 a 400 pessoas” – vai realizar-se com o “grupo que for possível” para que depois “sirvam de elementos dinamizadores na sua paróquia, na sua vigararia”.
O bispo do Algarve destacou que “uma das coisas boas” que esta situação trouxe foi “o grande grupo de voluntários que apareceu a ajudar” no acolhimento das pessoas, no regresso das Missas comunitárias, a 30 de maio.
“Surgiram muitos leigos, grupos, que fazem isso com verdadeiro sentido de responsabilidade e de serviço. Penso que também em relação a outras coisas vai aparecer. Certamente, teremos de desenvolver um pouco mais esta dimensão, seja a dimensão sociocaritativa que é importante, de voluntariado, sejam outros aspetos pastorais de uma paróquia ou de uma diocese. Não pode ser igual como era antes”, desenvolveu D. Manuel Quintas.
Na entrevista à Agência ECCLESIA, o bispo também conversou sobre o apelo à diocese para todos serem solidários e estarem ‘na linha da frente para vencer a indiferença’ e da celebração dos seus 20 anos de ordenação episcopal.
O início do ano pastoral na Diocese do Algarve vai estar em destaque na emissão do programa 70×7 (RTP 2), no próximo domingo, a partir das 07h30.
HM/CB/OC
Algarve: D. Manuel Quintas celebrou 20 anos de ordenação episcopal