Responsável pelo secretariado português destaca ainda impacto das perseguições por motivos religiosos
Lisboa, 29 jun 2020 (ECCLESIA) – A diretora do secretariado português da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) referiu à Agência ECCLESIA que a pandemia levou a uma aumento de pedidos de auxílio para as populações.
A AIS “está atenta a quem pede socorro” e “faz chegar apoios a quem sofre”, sendo os mais 330 mil benfeitores uma “ajuda preciosa” aos cerca de cinco mil projetos “de apoio à sobrevivência da Igreja”, disse Catarina Martins.
Para além da Covid-19, os focos de perseguição por motivos religiosos têm crescido em todo o mundo e a responsável agradece o “papel dos benfeitores” no apoio aos que mais sofrem.
A entrevistada na edição desta segunda-feira do Programa ECCLESIA (RTP2) destaca que a Igreja Católica tem “um papel preponderante e essencial” para a sobrevivência das comunidades em territórios mais pobres e afetados pela violência.
Em 2019, as duas zonas do globo mais apoiadas pela AIS foram África e o Médio Oriente, locais “com uma pressão muito grande” por parte de “grupos radicais islâmicos”, afirmou Catarina Martins.
Estes grupos estão “a utilizar a religião” para poder “manobrar e manipular” a população, todavia “há outros motivos escondidos por detrás desta pressão”, lamenta a diretora da AIS em Portugal.
A responsável fala de atos violentos frequentes, “com a destruição de cidades, vilas e aldeias”.
Com a pandemia, realça Catarina Martins, os “problemas da perseguição religiosa acabam por ficar num segundo plano”, mas, “infelizmente, eles continuam”.
Na Província de Cabo Delgado (Moçambique), os “ataques de grupos radicais são frequentes” desde 2017, altura em que foram descobertas “grandes jazidas de gás”.
Estes atos violentos já “fizeram muitas mortes” e “cerca de 200 mil pessoas deixaram as suas casas”, salientou a responsável da FAIS.
A Igreja naquela zona de Moçambique “necessita de tudo”, porque as populações “são muito pobres e vivem da agricultura de subsistência”.
Em relação à Síria que vive em guerra há dez anos, a AIS tem “estado presente” através de vários tipos de ajuda: “Apoio alimentar, medicação e ajuda às congregações religiosas”.
Na Síria e noutros locais do Médio Oriente está em causa a “subsistência” das populações e assiste-se “ao fim da presença das comunidades cristãs nestes países”, denuncia Catarina Martins.
LFS/OC