Bento XVI manifestou-se hoje contra qualquer confusão entre a missão dos leigos e a dos sacerdotes, explicando que, apesar da crise vocacional em algumas partes do mundo, o ministério sacerdotal é “absolutamente não substituível”. Recebendo no Vaticano os membros da conferência episcopal do Canada-Québec, em visita “ad Limina”, o Papa mostrou-se preocupado com a escassez de sacerdotes no país, o que tem impossibilitado a celebração da missa dominical em várias comunidades. Apesar dessa preocupação, Bento XVI pediu aos Bispos que não comprometam a “autenticidade da eclesiologia” ofuscando o papel central do sacerdote. “A importância do papel dos leigos não deve nunca ocultar o ministério dos padres para a vida da Igreja”, alertou. As soluções pastorais para a falta de vocações não devem, por isso, “confiar o ministério sacerdotal a outras pessoas”, sob o risco de “danificar de facto a autenticidade do próprio ser da Igreja”. “Além disso, como poderiam os jovens querer ser padres se o papel do ministério ordenado não estiver claramente definido e reconhecido?”, perguntou. Bento XVI falou ainda da importância da Igreja numa sociedade canadiana “marcada pelo pluralismo, pelo individualismo e por um secularismo crescente”. Em especial, o Papa destacou o papel desempenhado pelos Institutos de Vida Consagrada, “através da vida contemplativa ou de generoso serviço na actividade catequética e caritativa, bem como da proximidade com as pessoas mais desfavorecidas da sociedade”. O discurso papal sublinhou, ainda, a necessidade de que os Institutos de Vida Consagrada estejam “em relação cada vez mais estreita com os Pastores”.
