África: Fundação Ajuda à Igreja que Sofre alerta para «terror jihadista» que originou «4,6 milhões de novos deslocados»

Diretora de projetos Regina Lynch identifica «aumento das operações na região do Sahel»

Lisboa, 20 jun 2020 (Ecclesia) – A Fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) alerta para o “agravamento da situação humanitária” em África, nomeadamente na região subsaariana, por causa da atividade crescente de grupos jihadistas que originou “4,6 milhões de novos deslocados”.

Na informação enviada à Agência ECCLESIA, pelo secretariado português da AIS, Regina Lynch, diretora de projetos da fundação a nível internacional explica que o “aumento das operações de grupos jihadistas na região do Sahel, como é o caso de Burkina Faso, Camarões e Nigéria” está na origem de mais de 4,6 milhões de novos deslocados no ano passado.

Neste Dia Mundial do Refugiado 2020, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre explica que o Sahel foi apenas uma das zonas do globo onde “mais se acentuou este problema humanitário”, porque, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o número de deslocados internos e de refugiados atingiu “um valor nunca visto na história, com mais de 79,5 milhões de pessoas”.

Regina Lynch adiantou que países como o “Burkina Faso, Camarões e Nigéria são prioritários” para a AIS, o aumento de violência no Sahel afeta as comunidades cristãs que “estão a ser um dos alvos principais dos grupos jihadistas”.

A fundação pontifícia adianta que os cristãos “continuam a ser a comunidade religiosa mais perseguida em todo o mundo” e, neste contexto, financiaram “mais de 90 projetos num valor global de cerca de 6,3 milhões de euros”, em 2019, que permitiu “auxiliar diretamente refugiados e deslocados internos” em países como o Líbano, Síria, Iraque, mas também Turquia, Sudão, Tanzânia, Camarões e Etiópia.

“Fiel às suas raízes, a Fundação AIS, enquanto organização pastoral internacional, trabalha com as Igrejas locais que muitas vezes carecem dos meios necessários para dar assistência social e pastoral às comunidades deslocadas internamente e para atender às suas necessidades espirituais”, assinalou a diretora de projetos da fundação a nível internacional, Regina Lynch.

A AIS salienta que também é prioritário na sua missão o “apoio ao regresso dos deslocados, sempre que haja condições,” e o seu trabalho é, “tantas vezes, possível graças à generosidade dos benfeitores da instituição”.

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre começou a trabalhar em Portugal, em 1995, e foi fundada no natal de 1947, pelo padre Werenfried van Straaten que começou por ajudar os milhões de refugiados da Alemanha de Leste que fugiam da ocupação comunista”, após a II Guerra Mundial, “inspirado na mensagem de Fátima”.

CB

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Agência ECCLESIA

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