Os dois grupos rebeldes que combatem no Darfur, Sudão não assinaram o acordo de paz com o governo, apesar de ter sido dado um prazo de 48 horas, na terça-feira, por causa de um impasse nas negociações. O Movimento para a Justiça e a Igualdade e o Movimento/Exército de Libertação do Sudão recusaram ratificar o tratado de paz, apesar das pressões da comunidade internacional. Mohammed Tugod, do Movimento para a Justiça e a Igualdade (JEM), afirmou que o projecto de paz da União Africana não respondeu às exigências do seu grupo. O JEM pretende que os três estados do Darfur sejam reunidos numa única região autónoma. Abdelwahid Al-Nur, líder do outro grupo rebelde, o Movimento/Exército de Libertação do Sudão (SLM/A), garantiu que o seu movimento “não vai assinar” o acordo, porque entende que o documento deve ser “melhorado”. Entretanto, a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Louise Arbour, lançou mais um grito de alerta sobre a situação humanitária no Darfur, que considerou “degradada e muito alarmante”, lamentando que não se vejam “nenhuma melhoria”. Em entrevista à Reuters, Arbour disse que “o nível de assistência humanitária nos campos está em declínio e há necessidade de ajudas imediatas”. O Papa, na sua Mensagem de Páscoa a todo o mundo, rezou para que “o Espírito do Ressuscitado leve alívio e segurança na África às populações do Darfur, que se encontram numa dramática situação humanitária já insustentável”.