Comunidade de Leste prepara-se para a Páscoa

A Páscoa é a primeira festa cristã em importância e antiguidade, pelo que não admira que já no Concílio de Niceia no ano 325, haja prescrições sobre o prazo dentro do qual se pode celebrar a Páscoa, conforme os cálculos astronómicos (primeiro Domingo depois da lua cheia que se segue ao equinócio da primavera): de 22 de Março a 25 de Abril. Estas datas têm como referência, entre nós, o chamado “calendário gregoriano”, introduzido em 1582 pelo Papa Gregório XIII. Contudo, as Igrejas de rito Bizantino, para a celebração da Páscoa, seguem até hoje o “calendário juliano”, que apresenta um atraso de 13 dias em relação ao nosso calendário civil. Em 2006, os fiéis de Rito Bizantino celebram a Páscoa no próximo Domingo, 23 de Abril, uma semana depois da celebração no Rito Latino. O Concílio Vaticano II explica no Decreto Orientalium Ecclesiarum (sobre as Igrejas do Oriente) que tanto no Oriente como no Ocidente há católicos que, “sob o governo pastoral do Romano Pontífice, que sucede por instituição divina a São Pedro no primado sobre a Igreja Universal”, têm diferenças entre si nos seus ritos: “Liturgia, disciplina eclesiástica e património espiritual.” Esta diversidade de ritos, diz o mesmo documento, “não só não prejudica a unidade da Igreja Católica como a explicita”. O rito bizantino, portanto, não significa uma separação de Roma, mas traz consigo uma riqueza espiritual que ajuda compreender e concretizar a universalidade da Igreja. Uma outra Páscoa Em Portugal, são muitos os imigrantes de Leste greco-católicos ou da Igreja Ortodoxa que celebram, muitas vezes em conjunto, de acordo com o Rito Bizantino. Na quinta-feira, a Missa é celebrada conforme o formulário de São Basílio, usado somente dez vezes durante o ano. Este é mais extenso do que o formulário de São João Crisóstomo, usado habitualmente. O Evangelho que se proclama é composto de uma série de trechos extraídos dos vários evangelistas, sendo a perícope mais longa do ano e compreendendo a narração completa da última Ceia, a traição de Judas e a prisão nocturna de Jesus no jardim das Oliveiras. A cerimónia do lava-pés, que se faz logo em seguida, é reservada às Catedrais, onde o bispo lava os pés de doze sacerdotes. Na noite da Quinta-feira Santa antecipa-se o ofício das Matinas da Sexta-feira Santa, isto é, o “Ofício dos Doze Evangelhos da Paixão”, com grande participação dos fiéis que escutam a leitura segurando na mão uma vela acesa. Na Grande sexta-feira não se celebra a liturgia eucarística, mas tem lugar a exposição do “Sudário” – o santo Epitáphion, rectângulo de pano que leva pintada e bordada a figura do Cristo Morto. A parte mais característica das celebrações é o ofício das Matinas (= órthros) com os célebres Enkómia (elogios). Junto ao sepulcro do Cristo, representado no Epítáphion, a liturgia sugere elogios e lamentações, intercaladas a versículos do salmo 118 e a outros textos. Nas “Matinas de Jerusalém” em que se fazem três leituras vetero-testamentárias e a leitura do evangelho (composição de trechos tirados de Mateus, Lucas e João), dá-se o rito da Sepultura. O Epitáphion, após colocado sobre o altar, é depositado sobre uma mesa (ou túmulo), preparada no centro da igreja, onde permanecerá até o início da Vigília Pascal. Vigília Pascal Na Vigília Pascal tem lugar a tradicional “Bênção da Páscoa”, que consiste na apresentação de alimentos que são benzidos pelos sacerdotes. A solenidade da Ressurreição de Cristo possui uma importância única no Oriente cristão e ocupa por si um lugar, acima mesmo das “Doze grandes festas.” É precedida por 10 semanas de preparação, cujos ofícios litúrgicos estão contidos no Triódion penitencial, ao passo que as 8 semanas que se seguem à festa da Páscoa – até Pentecostes e ao Domingo de Todos os Santos – estão contidos no Triódion luminoso ou Pentikostárion. A Páscoa é o apogeu do ano litúrgico bizantino: é a “festa das festas,” a “rainha das festividades,” o “primeiro e oitavo dia”; só para repetir algumas expressões da celebração litúrgica. Beja com os imigrantes A Diocese de Beja, através do seu Secretariado da Mobilidade Humana, divulgou, junto da Comunidade Ucraniana de Beja e das Paróquias da Diocese, as Celebrações da Semana Santa em Évora e a Missa da Ressurreição do Senhor na Igreja do Carmo em Beja. A Cáritas Diocesana de Beja cedeu o transporte para os fiéis da comunidade Ucraniana se poderem deslocar a Évora para participarem nas celebrações. Semana Santa na igreja Nª Sª da Saúde em Évora 20/04 – 5ª feira Santa – Celebração 20.00h 21/04 – 6ª feira Santa – Celebração 10.00h 22/04 – Sábado Santa – Vigília Pascal 20.30h Durante a Semana Santa a igreja fica aberta das 10h00 até às 23h00 para os fiéis poderem participar nas celebrações e ficar em oração . 23/04 – Domingo da Ressurreição do Senhor – 13h00 na Igreja do Carmo em Beja – Celebração da Páscoa do Senhor e Benção das Cestas com Páscoas (Ovos pintados, queijo, pão). O celebrante é o Padre Ivan que está na Diocese de Évora e dá assistência à Comunidade Ucraniana de Beja e Évora.

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