Bispo de Viana pede «renovação plena da Eucaristia»

«Ainda não operamos na celebração eucarística aquela plena renovação que tão insistentemente a Igreja nos vem propondo, e que a celebração deste sagrado mistério recomenda e urge» , em tom de exortação, o Bispo de Viana do Castelo durante a celebração da Missa Crismal concelebrada, na Sé Catedral, pela quase totalidade do clero, numa expressão de comunhão dos presbíteros com o Prelado e de uns com os outros. No dia em que os presbíteros são convidados a renovarem, publicamente, as promessas sacerdotais, D. José Pedreira fez uma reflexão sobre a Eucaristia, não só porque é o tema do programa diocesano de pastoral, mas também porque é « expressão e garante desta Igreja-comunhão, que o exercício do nosso sacerdócio, vivido em comunhão de Presbitério, é vocacionado a tornar presente no mundo». Pegando nas “proposições” do Sínodo de Roma e do Sínodo de Viana, o Prelado exortou os pastores a «tudo fazer para que o acesso à Eucaristia não seja impedido na prática» e pediu-lhes uma solicitude inteligente e uma grande generosidade porque os fiéis «têm direito» a receber abundantemente os bens espirituais da Igreja, « sobretudo as ajudas da Palavra de Deus e dos sacramentos». O Sínodo diocesano sublinhou a importância e os cuidados a ter com tudo o que envolve a celebração da Eucaristia. As suas proposições chama atenção para a importância a dar às celebrações na igreja paroquial e a dignidade exigida nas celebrações ocasionais noutros locais de culto, bom como para a promoção do sentido de louvor e acção de graças, evitando que se entenda a Missa como exclusivamente celebrada por intenção de defuntos. Apelou ainda à valorização do canto litúrgico e de certos sinais litúrgicos, como a procissão de entrada, a incensação, a veneração ao altar, o rito da aspersão, e a dignidade e o cuidado dos livros litúrgicos. No campo das festas e romarias pede para que os seus programas manifestem a centralidade da Eucaristia em ordem à sua expressão como Igreja-Comunhão e a prática da caridade fraterna, simbolizada pela colecta. As proposições pedem ainda uma cuidada atenção e acolhimento às crianças, aos migrantes e aos que se encontram em “situação irregular” em relação às normas da Igreja. «Grande caminho temos ainda a percorrer!», desabafou o Prelado. Nesta reflexão o Bispo de Viana abordou ainda a questão da Igreja-Comunhão explicando, com recurso às palavras de Bento XVI, que «todas as assembleias eucarísticas juntas são apenas uma assembleia, porque o corpo de Cristo é apenas um e, por isso, o povo de Deus só pode ser um» e quem assim não celebrar « cria apenas uma caricatura de Eucaristia». «Quem na Eucaristia busca apenas o seu próprio grupo, quem, nela e através dela, não se insere na Igreja total e não ultrapassa o seu ponto de vista particular» senta-se «com as costas voltadas para os outros, e constrói, assim, a Eucaristia para si próprio, e perturba a dos outros». O «serviço ao mundo, a toda a humanidade» é missão central da Igreja e, por isso, ainda hoje, cada cristão é um crente enviado em missão. E não se trata, advertiu o Prelado, de uma espécie de propaganda através da qual se quer ganhar pessoas para Cristo porque « se se faz isso, estraga-se tanto a Eucaristia como a missão». Para que a missão seja «mais do que propaganda de determinadas ideias» para que «provenha de Deus e a Ele conduza», deve emanar de uma profundidade maior do que dum mero planeamento de acção pastoral, defendeu D. José Pedreira, radicando-a no amor a Deus e celebrada na Eucaristia e que se traduz na prática da caridade para com os mais necessitados. A celebração de Quinta-feira Santa constitui, igualmente, tempo de gratidão pelo dom da vocação e de reconhecimento pelo testemunho dado por todos os celebram Bodas de Prata e Ouro sacerdotais.

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