A Santa Sé manifestou-se ontem na ONU em defesa dos Direitos Humanos de todos os imigrantes, pedindo medidas que assegurem “o respeito e a tutela” desses mesmos direitos, em especial no caso dos trabalhadores migrantes e das suas famílias. O Núncio do Papa nas Nações Unidas, D. Celestino Migliore, falava na 39ª sessão da Comissão para a população e o desenvolvimento do Conselho económico e social da ONU. Referindo que o fenómeno das migrações é “inevitável e imparável”, o Observavor Permanente da Santa Sé frisou que a imigração não deve ser vista apenas como um problema ou uma ameaça, dado que pode ter um efeito “geralmente positivo” sobre a economia das nações e até “produzir emprego e gerar lucros fiscais”. O prelado afirmou que “para as nações de acolhimento, o impacto económico resultante das migrações internacionais é geralmente positivo”, referindo-se às vantagens económicas que podem ser geradas nos países que recebem os imigrantes, em especial numa perspectiva de várias gerações. Segundo o representante do Vaticano na ONU, “a médio e longo prazo, a migração pode inclusivamente gerar emprego e produzir lucros fiscais”. D. Migliore manifestou-se ainda contra a chamada “fuga de cérebros”, pedindo que os migrantes qualificados “mantenham a sua ligação com os países de origem, para que possam favorecer a troca de tecnologias e capitais”. As migrações, concluiu, “não são apenas uma questão económica, pelo que é necessário aprofundar o seu impacto social”. Já sobre o tema do desenvolvimento, o representante católico lamentou que, no passado, “previsões sombrias sobre o futuro e sobre o desenvolvimento sustentável da população mundial tenham levado a políticas demográficas radicais, que foram responsáveis de dilemas diferentes ainda que igualmente graves”. “Se o desenvolvimento das populações do mundo deve ser sustentável e estas políticas estão erradas, elas devem ser substituídas por outras que estejam realmente centradas nas pessoas”, propôs.